20 de abril de 2007

TRABALHO E EDUCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA SOCIEDADE



“Educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Constituição Federal de 1988 – artigo 205).
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Será... que os Órgãos Públicos e nós sociedade tomamos consciência deste artigo? Será... que cada um de nós faz a sua parte para que esta Lei seja cumprida? Será... que todo o brasileiro sabe dos seus direitos? Pensemos nisso... . Diante da realidade em que vivemos não podemos nem devemos ficar de braços cruzados. Há que alimentar na fé e na espiritualidade, a nossa esperança, e buscar alternativas para que o sonho se realize. Estas não caem do céu, surgem da prática social e da unidade comunitária. Esta nova sociedade que está se formando é chamada de sociedade do conhecimento. Por isso, o principal papel da educação nesse processo é o de fazer pensar. E pensar, segundo o sociólogo Anthony Giddens, é aprender a ser livre, responsável e honrado. Pensar é esforço e inconformismo, para com o mundo e também para consigo mesmo. Pensar é duvidar e criticar, não de forma altaneira e presunçosa, senão por desejo do bem comum. Pensar é ter o tempo de poder fazê-lo. Pensar não é repetir ou reproduzir. Pensar é ativar o que de nobre há no ser humano, porque pensar é também sentir e intuir. A frase de Descartes não é de todo certa: não se trata de “penso, logo existo”, mas penso, logo vivo. Viver é encontrar seu próprio caminho e evitar permanentemente a tentação do fácil. O fácil é não pensar.
Educação e trabalho, dimensões essenciais para a construção e manutenção de uma Nova Sociedade; uma sociedade justa e democrática, livre e com dignidade humana. Educação e trabalho, direitos universais para todo ser humano. Para Mészáros a universalização da educação só poderá ocorrer com a universalização do trabalho, pois tais dimensões têm caráter indissociável. Stephan Wyszynski diz que o trabalho contemporâneo é caracterizado por uma exagerada ambição; somos vítimas da impaciência revolucionária que tudo deseja, e imediatamente. Assim se explicam as revoluções, que têm em mira resultados gigantescos e imediatos, à custa, muitas vezes, da violação das leis naturais. E, contudo, a História ensina-nos que não é a revolução, mas sim o trabalho humano constante e tranqüilo que nos impele no caminho do progresso. Desgraçadamente, o homem confia demasiado nas forças da revolução e destrói prematuramente as suas próprias forças, escravizando-as à febre de criar. Deseja alcançar no mais curto espaço de tempo possível tudo aquilo que só pode dar fruto completo dentro dos limites estabelecidos pelas leis naturais.
Com o olhar projetado no futuro, precisamos lutar por uma educação que propicie maior capacidade de compreender a realidade em que se vive. Um trabalho digno para construir e integrar o ser humano na sociedade; uma sociedade onde o trabalho represente libertação e vida, não exploração e morte. E em fim vamos dizer juntos com Arnaldo Jabor: “Quero ter de volta o meu mundo simples e comum, onde existe amor, solidariedade e fraternidade como bases. Construir um mundo melhor, onde as pessoas respeitem as pessoas”.
Utopia?...
Quem sabe?...
Precisamos tentar...
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Renildes Zucolotto - é professora de Português, responsável pela formação de leigos na Região de Ijuí.

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