31 de outubro de 2007

Celebração do Recolhimento do mês de Outubro: Pe. Magnus e Pe. Marcos.
Os amigos vieram comemorar o aniversário do seminarista Everton, que também recebeu a visita de seu pais.

12 de setembro de 2007

Padre Eleandro (promotor vocacional), visita o Seminário Maior São João Maria Vianney, da Diocese de Cruz Alta, e proporciona uma tarde de recolhimento com o tema: discernimento vocional

Precisa dizer mais alguma coisa?

LEITURA ORANTE: CAMINHO DE ESPIRITUALIDADE


A leitura orante da Bíblia é um jeito privilegiado de leitura – oração - reflexão que a igreja possui para poder conhecer, aprofundar e viver a Palavra de Deus.
É uma metodologia que ajuda refletir, rezar e amar o texto, buscando o encontro pessoal e comunitário com Jesus.
Ela nasce da certeza da fé de que a
palavra está bem perto de ti, está na tua boca e no teu coração, para que ponhas em prática. (Dt 30,14).
É comunicar a sabedoria que conduz à Salvação pela fé que há em Jesus Cristo. (2Tm 3,15 ).
Vejamos os passos:
1° A leitura do texto: Em silêncio, em voz alta, em conjunto, é ver o que ele diz. É conhecer, respeitar e situar;
2° A Meditação: O que o texto diz para mim. A meditação pretende aprofundar o texto, ver o que disse. É ruminar, dialogar e atualizar;
3° A oração: o que o texto me faz dizer a Deus. É o momento de suplicar, louvar e recitar;
4° A contemplação: O que o texto provoca em mim. É enxergar, saborear e curtir;
5° O compromisso e ação: O que o texto me leva a ser e fazer. É escutar, amar e:
A leitura Orante tira o véu e ajuda a descobrir o desenrolar do projeto de Deus dentro da história que hoje vivemos. Ela é o caminho de espiritualidade e fonte de novas relações, pois o encontro com a palavra transforma a vida, as relações, os critérios, as decisões, fazendo-nos a vivermos o evangelho, segundo Cristo quer, não como os homens.
Ela nos orienta a sermos mais humanos, e assim sabermos respeitar as opiniões dos outros, por que eles também tem vez e voz, que somos errantes, que não somos perfeitos, que devemos ser flexíveis com o nosso próximo, por que eles são nossos irmãos, nesse projeto maravilhoso que é do Reino de Deus.

Evertom Marcos de Souza, 4º sem.

DICA DE LIVRO



O livro A Prática de Jesus, do padre Hugo Echegaray, nos mostra um Jesus situado em um determinado contexto sócio-econômico-político da Palestina. A Cristologia de Hugo Echegaray reflete sobre a condição pobre de Jesus, sua missão de anunciar o Reino de Deus, suas escolhas e suas ações que o levaram à morte como um “subversivo”.
Na introdução do livro, as palavras do teólogo Gustavo Gutiérrez nos dizem de Hugo: “Hugo procurou fazer Teologia a partir das comunidades cristãs que vão nascendo e ganhando vigor no seio de um povo pobre e que afirma sua fé no Deus libertador”.

Eliseu Lucas A. de Oliveira, 4º sem. de Filosofia.

A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA DE DEUS NA VIDA DO HOMEM MODERNO


O ritmo da vida humana mudou muito nos últimos anos, a sensação que temos é que deu a louca no relógio (ou será em nós ?). Ou, será que somos nós que não priorizamos aquilo que é essencial em nossa vida e ficamos com o secundário?
Esse mês de setembro tradicionalmente celebramos como Igreja o mês da Bíblia. Livro este que levou anos para ser escrito. Temos até frases de impactos que citamos muitas vezes como forma de “convencer” pessoas a entrar na dinâmica desta Palavra.
Mas o que tem a ver o tempo com a Palavra de Deus? Qual a importância desta introdução com o título deste artigo?
Primeiramente, a Palavra de Deus não é um livro qualquer. Para entrarmos na dinâmica desta Palavra, precisamos observar alguns passos, importantes e fundamentais (ler o artigo: “Leitura Orante: caminho de Espiritualidade”). E essencialmente disponibilizar tempo.
Tempo é um conceito hoje que envolve muito mais que a sua definição, tempo hoje é dinheiro; não é por nada que as empresas de comunicação revisaram e reformularam a forma de pagamento das contas telefônicas, a cada dia o minuto fica mais caro. O homem moderno tem a necessidade de comunicar-se cada vez mais, e mais rápido, dá ao mesmo uma sensação de estar bem informado, conectado, plugado e interligado ao mundo.
O dia a dia das pessoas se tornou em função do relógio, perdeu-se a capacidade de flexibilizar algumas coisas que são secundárias e tudo se tornou de extrema necessidade, aliás, quase tudo.
O que não ocupa mais lugar na vida de algumas pessoas é a religião, a fé e conseqüentemente a meditação da Palavra de Deus. Não há mais tempo reservado para que esta Palavra encontre eco na vida da maioria das pessoas, mesmo aquelas que se dizem cristãs.
Contrariamente o que dizemos, o que encontramos é uma demanda muito grande de literatura gnóstica, esotérica e motivacional (auto ajuda). Por que? Talvez uma das razões seja a concepção de um homem hedonista, consumista, permissivo e relativista. Um homem sem referenciais, vivendo um vazio moral, embora tendo materialmente quase tudo.
É muito comprometedor deixar-se tocar e preencher-se da Palavra de Deus, é desafiador e inquietante. Esta leva a pessoa a assumir de fato um compromisso ético e moral, onde o que ecoa no ser é a própria voz de Deus, e não suas necessidades e conveniências. Mas para isso, é preciso parar, meditar e aventura-se a seguir este Caminho que possibilitará a felicidade verdadeira e plena. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”.
Que neste mês tiramos tempo, para ouvir, meditar e vivenciar a Palavra de Deus, plasmada em nossa vida.

Pe. Marcos Rogério Denardi

6 de agosto de 2007

VOCAÇÃO: UMA PROVOCAÇÃO PARA O AMOR


A existência é um problema de primeira importância, pois se nada existisse seria mais fácil a nossa situação, pois não haveria com o que nos preocupar. Mas as coisas existem, nós existimos, o outro existe, e esse é o nosso problema: qual a razão da existência das coisas, dos outros e da nossa existência diante dos outros e das coisas?
No problema da existência, os gregos não conseguiram passar do determinismo. Para os gregos, existir era ser determinado. Se as coisas aconteciam, era porque deveriam ter acontecido. Na mitologia grega, tudo era “culpa do destino” ou “vontade dos deuses”. Com o advento do pensar racional, do “logos ordenador”, tentou-se compreender o fenômeno da existência, mas a existência continuou a ser uma determinação, tudo era guiado pela necessidade. Aristóteles diria que a ética (o bem viver) é deixar-se conduzir pela natureza, pois tudo convergia para uma finalidade intrínseca ao movimento da existência, exterior à vontade dos sujeitos (a necessidade).
O pensamento hebreu inovou ao acreditar na liberdade do ser humano. Para o pensamento hebreu, existir é escolher, é ser o sujeito da própria história. No pensamento hebreu surgiu o conceito de livre-arbítrio, pois Deus havia chamado o povo para ser o seu Povo, e ao não obedecer a esse chamado, o Povo se afastava dos desígnios de Deus, estava em pecado, sofria as conseqüências da própria escolha que o conduzia a infelicidade. Só reconhecendo o conceito de liberdade é possível entender o que é vocação, pois vocação é um chamado (do latim vocare), que pode ser aceito ou não. Todos os cristãos, ao serem batizados, receberam o chamado para serem missionários da boa nova do Reino de Deus, que começa a todo o momento, em que sempre é um momento de conversão, e se prolonga na eternidade. Mas como é condicionado a atos de liberdade, esse chamado nem sempre é acolhido, e temos muitos contra-testemunhos: que lugar Deus ocupa no coração de uma pessoa que é capaz de tudo para conquistar poder, prestígio e prazer a custa de outros?
Todo o chamado é “um chamado para”, é um chamado de Deus para que possamos servir aos nossos irmãos. A nossa existência se encontra com a existência de nossos irmãos, outros “eus” no meu mundo. Eus que exigem respeito e compromisso. É o mistério do outro que nos interpela: na mate, não mate: justiça social! (Lévinas). São outros, imagens do próprio Deus, que nos provocam para a justiça, para o amor.
Toda vocação é uma pro-vocação, (pro- diante de; vocação – chamado) de Deus, para que amemo-nos e servimo-nos uns aos outros, uma provocação a partir dos sinais dos tempos e do clamor do povo que sofre. É um ato de liberdade que quer nos conduzir à felicidade de fazermos parte do Projeto de Deus: a boa nova do Reino, a Civilização do Amor.

Eliseu Oliveira, 4º semestre

Dica de Filme: DAMIÃO, O SANTO DE MOLOKAI

Este filme tem como cenário o lindo arquipélago do Havaí, no pacífico Norte. Molokai é uma ilha, isolada do resto do arquipélago, que na época era destinada às pessoas que contraíam a lepra. Ali elas ficavam isoladas até à morte.
O filme narra a verdadeira e emocionante história de Padre Damião, jovem sacerdote Belga, que dedicou a sua vida aos leprosos na ilha de Molokai. Com fé e amor, Damião levou o conforto da religião aos necessitados, além da certeza de que a solidariedade e a compreensão são um terreno fértil onde germina o respeito à dignidade humana.
O Padre Damião nos mostra que o amor não conhece obstáculos ou fronteiras, mesmo em condições precárias com pessoas mutiladas e destruídas pela lepra. Vale a pena ver, é muito bom!

Everton M. de Souza, 4º semestre

Dica de Livro


Livro: EDUCAR VALORES E O VALOR DE EDUCAR – Parábolas. Paulus, 2003.
Autor : Antonio Pérez Esclarín


O autor busca iluminar os educadores, pais e demais pessoas que trabalham com grupos e palestras; o método que apresenta é o da parábola,
e depois de cada parábola faz um pequeno comentário pedagógico para facilitar sua utilização e seu melhor aproveitamento. É um livro que precisa ser lido com tempo, refletido, recriado e saboreado calmamente.

Pe. Marcos R. Denardi

30 de junho de 2007

O “OLHAR” QUE EXIGE RESPONSABILIDADE ÉTICA




“O outro me inquieta, me questiona, me esvazia, me empobrece e me chama secretamente, na sua passagem mesma, na sua visita e na sua partida. Mas chama de modo moral à generosidade e à bondade, pois com ele está o bem que gera em mim o desejo de ser bom, de hospedar e de dar dos meus recursos sem dar jamais suficientemente ...”. (SUSIN, Luiz Carlos – O Homem Messiânico. Uma Introdução ao Pensamento de Emmanuel Lévinas, Co-edição: Escola Superior de Teologia São Lorenço de Brindes (Porto Alegre) e Editora Vozes (Petrópolis), 1984, p. 267).
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Essa intuição do Filósofo Emmanuel Lévinas influenciou muitos autores e pessoas que reconheceram na passagem do “outro”, alguém que exige uma atitude de acolhimento, respeito e reconhecimento. Segundo o autor é o olhar que legitima essa idéia, mas, não qualquer olhar, mas um olhar ético e moral.

Olhando a realidade que nos cerca, vivemos cada dia mais distante uns dos outros. A realidade hodierna é dura, insensível, calculista, indiferente e interesseira. Torna o ser humano apático e anônimo a tudo e a todos. Os valores humanos éticos parecem estar suspensos, cada qual se preocupando consigo, num individualismo exacerbado e nocivo à construção do coletivo.

Precisamos acreditar e apostar que podemos resgatar o humano perdido ao longo dos séculos, por um pensar que concentrou sua energia no ser em detrimento do outro e em relações capazes de nos desumanizar em vez de nos realizar plenamente.

Segundo Lévinas, o bem só pode se instaurar a partir do Outro. O que possibilita a relação de diálogo é o Olhar de acolhimento, rejeição ou totalização. É esse Olhar que me questiona, provoca e exige uma resposta, capaz de estabelecer uma relação subjetiva, mas onde o excesso de ser, responde com o ser-para-o-outro, descobrindo nos vestígios do ser a eleição, expiação e a substituição, inspirada e encarnada para o outro. Esse é o novo modo de ser, sem o excesso de ser, mas disposto ao martírio, nos remetendo ao infinito “eis-me aqui” e ao “envia-me”. Só assim se concretizará essa categoria tão importante na construção do “novo ser humano”, desprendido de qualquer egoísmo e vivendo na gratuidade inigualável.
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Pe. Marcos R. Denardi

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO




A filosofia tem uma importância muito grande no desenvolver da educação, tanto no jovem como nas crianças. A filosofia propicia que crianças e jovens criem, desde muito cedo, uma quantidade de habilidades e potencialidades por meio do uso da razão, no exercício de filosofar.
A filosofia é, sem duvida, uma disciplina que ensina a pensar e “pensar bem”. Mas o que quer dizer isto? Quer nos dizer que a filosofia é cada vez mais necessária, pois ela se ocupa de pensar no geral, o que nos dará maior “visibilidade” para com as outras disciplinas. Não se trata de querer afirmar que a filosofia é superior às demais matérias, pois todas são importantes quanto a filosofia, na educação de crianças e jovens.
A filosofia não deve ser somente entendida como mais uma matéria, mas como uma contribuição essencial para a compreensão das outras disciplinas, tanto quanto para o “exercício da cidadania”.
Neste sentido a filosofia deve ir para as salas de aula, funcionando como um local para o pensar, conhecer e arriscar-se em criar e descobrir novos conceitos. Assim, pode-se atribuir a filosofia uma identidade em meio ao contexto educacional brasileiro, envolvendo-se em um processo interdisciplinar e pedagógico.
“A filosofia deve integrar todo processo de conhecimento do ser humano. Se for aplicada desde a infância, a pessoa terá melhores condições de entender os fatos que acontecem no mundo, as conseqüências das ações e os possíveis resultados que podem ocorrer no futuro”. ( Prof. Dr. Sílvio Wonsovicz).
Luiz José Bizarello, 3°sem.

FILOSOFIA! PARA QUE SERVE?



Para primeiro sabermos qual é a sua importância, devemos entender o que ela significa e já assim estaremos compreendendo também sua importância.
Philos” significa amigo, o que deseja ou procura e “Sophia” significa sabedoria, saber, conhecimento, então Filosofia é a “Amiga da Sabedoria”.
Ela tem como finalidade quebrar barreiras para que o individuo, através de seu esforço, alcance um estado pleno de felicidade. Faz com que você procure explicações e sentidos, interrogando-se, indagando-se, duvidando de tudo o que lhe cerca.
A Filosofia faz com que não aceitamos de imediato as explicações que são impostas, e sim, que procuramos investigar e encontrar uma solução para cada problema. Torna a pessoa mais crítica, pois é através da “crítica construtiva” que moldamos nosso mundo, as coisas e nossas atitudes.
Nos dá possibilidade de não sermos preconceituosos e já sairmos rotulando os outros, pois rotular não é típico de Filósofo.
Poderia continuar citando outras tantas importâncias, mas o importante é buscar e compreendê-la.

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Everton M. de Souza. 3º sem.

26 de junho de 2007

50 anos do Novo Lar


Seminaristas e assistente nos 50 anos da obra social dos Salesianos em Viamão.

25 de junho de 2007

O QUE SE SENTE PELO OUTRO?


A sexualidade e as paixões fascinam, mas também causam medo, sendo estas causa de atração e desejo. Percebemos algo de interessante e estranho na realidade de jovens de diversos lugares, em suas paixões, atrações, amores. A descoberta do outro faz com que se tenha novos ensaios do corpo, fazendo que desejamos conhecer o outro como ser corporal.
O outro diferente, heterogêneo apresenta-se como possível liberdade de desejos no seu corpo, que oferece, que chama, mostrando qualidade possível de satisfazer o prazer momentâneo.
O desejo de experimentar algo novo, diferente em nosso corpo – com a adolescência – impulsiona-nos a querer buscar experimentar esta nova sensação, pois a mesma torna-se inquietação, mostrando-se turva, molesta e inexplicável. Acorda em nós desejos ocultos, que vagueiam a procura de saciar-se. A cegueira de contemplar o outro, faz com que antecipa-se o desejo de saciar o prazer sem pensar se o mesmo lhe poderá satisfazer totalmente. Ele nos condiciona, visa paixões carnais, sensualidade, amor... mostra-nos o outro como satisfação erótica, e outras tantas como recompensa.
Por outro lado a relação afetiva, amorosa que se tem por alguém nos torna como que encantados, como se tivéssemos visto a “coisa” mais linda do mundo. Esta faz-nos percorrer o caminho passo a passo buscando e esperando ao outro, o tempo não existe. Apenas é um companheiro de viagem, de caminhada, onde não se impõem um estilo de caçada, de querer a qualquer custo, mas uma forma de caminhar lenta e gradativamente a um ideal a ser conquistado.
A paixão e passageira. O amor é eterno. As paixões duram pouco. O carinho, a afetividade ultrapassam o desejo, que por incrível que pareça funciona como que se este deseja-se ser o único ser ontológico existente, sem mais nada a acrescentar na vida de um indivíduo que busca o reconhecimento e a atenção.

Luiz José Bizarello, 3° Sem.

POR QUE DOIS GÊNEROS?


Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.) intuiu que há sempre dois princípios opostos e necessários um ao outro, sendo que, se um existe, o outro também deve existir. Estes contrários formam um todo: portanto, são um. Falaremos, neste texto, de dois princípios distintos, necessários e complementares: o homem e a mulher.
Poderia muito bem existir somente o gênero feminino, ou somente o gênero masculino, com reprodução assexuada. Mas o fato é que há dois gêneros, e este é um problema tão grande quanto a pergunta: “por que existe algo e não antes o nada?”. Testemunhamos, contudo, a existência desse algo (o ser), e agora nos perguntamos: "e por que dois gêneros?"
Vem se configurando uma mudança de paradigma nos conceitos e nos fundamentos. No conceito moderno, a pessoa é parte de um todo (de um sistema, de uma ideologia, de uma instituição). No conceito pós-moderno, a pessoa é um todo, um todo que é egolatra, egocêntrico e narcisista. Isto influenciou incomensuravelmente a maior parte da geração jovem, que dá mais valor à emoção à racionalidade, o prazer pessoal ao compromisso coletivo, ao momento à um processo de crescimento.
Este pensamento subjetivista transferiu-se para a afetividade e a sexualidade. O namoro e o casamento significa comprometimento com o que o outro é, pensar em algo mais do que o momento, pensar na possibilidade de dividir o ônus de uma existência. Todavia, percebemos que o momento atual não propicia nem o namoro, nem o casamento.
O relativismo moral e ético pregado pela pós-modernidade (onde não existe verdade, existe pontos de vista) é a morte da afetividade e a glória do instinto. Quando não há nada que balize as atitudes, quando é o ter, o prazer e o poder que valem mais do que o ser humano em sua integridade, caímos na amoralidade, na indefinição ética, onde o ser humano, de fim em si mesmo, passa a ser meio (para o "meu lucro", para o "meu prestígio", para o "meu prazer"). Parece que, neste atual estágio da história, Nietzsche (1844-1900) vence com o sentimento de poder do homem que não encontra limites. É a glória do individualismo. O triunfo do darwinismo social pregado pelo neoliberalismo.
A natureza humana é um misto de abertura e de fechamento, de saída e de retorno, da vontade da mudança e da necessidade de fixar-se em algo seguro. Por isso, não é próprio da natureza se perder no todo, nem se fechar em si mesma, mas é no movimento de sair de si e de retorno a si é que acontece o processo de amadurecimento e o caminho em busca do ser mais. Se houvesse um único gênero, certamente seríamos condenados ao individualismo, ao isolamento, a prisão em si mesmo. Contudo, existe o outro, que é necessário e nos abre para a possibilidade da afetividade.
A afetividade não é fruto do domínio do outro, de sua subjugação e submissão. Pelo contrário, é no serviço ao outro que o amor é provado. Os gêneros, unidos pelo amor, não existem para estar em guerra, nem mesmo na atitude de opressão (onde vale é a vontade de um, o prazer de um), mas é na aproximação de duas liberdades e de duas subjetividades que se encontram no respeito e na tarefa de juntos, caminharem em busca da felicidade de ambos.

Eliseu Oliveira, 3º Sem.

9 de maio de 2007

ABORTO, UMA QUESTÃO ÉTICA: VOCÊ É CONTRA OU A FAVOR DA VIDA?


Esta pergunta é bem intrigante, mas a resposta depende de nós. Muitos vão defender não ao aborto, já outros dirão que a pessoa é livre e neste caso dirão sim a ele.
E eu como vou responder? Será que já pensei que se defendo o aborto, estou defendendo a morte, a violência, a brutalidade onde causa cicatrizes.
Temos autoridades querendo legalizar o aborto, com a velha história de que onde ele foi legalizado, teve taxas menores. E daí podemos perguntar qual o valor ético que damos à vida? Muitas vezes somos contraditórios: choramos e nos revoltamos ao ver um menino de seis anos ser violentamente assassinado. E isto é inaceitável mesmo! Não poderia jamais acontecer algo assim. Contudo, existem pessoas e autoridades que gritam, fazem passeatas contra este tipo de violência ,mas ao mesmo tempo, defende a liberdade do aborto, ou seja são a favor a violência contra crianças indefesas e inocentes. São vidas também!
Mas a questão aqui é se sou ou não a favor?
Se acredito e defendo à vida, jamais devo ser a favor desta brutalidade, porque Deus nos dá a vida e só ele tem o poder de tirar, segundo o quinto mandamento, e o mundo e nossa vida só será melhor com Deus.
E toda pessoa que pensar em cometer Aborto, deve refletir e tomar como exemplo Maria, que é e deve ser modelo a todas as mulheres, por que ela mesmo passando dificuldades nunca deixou de ser uma união perfeita com o seu filho. Mostrando-nos que como mãe avançou em sua peregrinação de fé fielmente em conjunto com seu filho até a cruz, onde sofreu intensamente junto com ele.

Everton Marcos de Souza, 3º semestre

DICA DE FILME


O Jardineiro Fiel
Após a morte trágica e brutal de sua esposa, numa área remota do Quênia, África, Justin Quayle, diplomata britânico, interpretado pelo ator Ralph Fiennes, decide iniciar uma busca para descobrir o porquê de tal atrocidade e desmascarar os responsáveis, mas acaba descobrindo coisas surpreendentes sobre o trabalho que a esposa Tessa Quayle, interpretada por Rachel Weisz, vinha fazendo com os pobres do Quênia, e o que ela andava praticando, deixando o marido perturbado por suposta infidelidade.
Tessa, ativista, foi encontrada assassinada depois de uma grande descoberta. Seu amigo médico e sócio Arnold Bluhm ( Hubert Koundé), atualmente foragido é o principal suspeito da morte de Tessa, pois ambos trabalhavam juntos.
Tessa e Arnold suspeitavam de que uma grande multinacional farmacêutica a ThreeBees, estava usando-se dos pobres para fazer supostos teste com medicamentos manipulados contra a tuberculose, fazendo-os de cobaias sem a menor segurança, afim de corrigir possíveis efeitos indesejados. Defensora da vida decide investigar a companhia e caso suas suspeitas fossem confirmadas denunciar para as autoridades britânicas.
Filme, baseado no livro de John Le Carré, “O jardineiro fiel”, apresenta uma das questões mais valiosas hoje, o quanto vale uma vida humana, para uma indústria que movimenta mensalmente milhões de dólares?
Dirigido por Fernando Meirelles, “O jardineiro fiel” retrata a miserável situação que se encontra a África, fome, doenças, genocídios promovido por milícias e a grande exploração de empresas do primeiro mundo. Mostrando um enorme abismo entre ricos e pobres. As cenas apresentadas foram filmadas em quatro países, Quênia, Inglaterra, Alemanha e Canadá.


Luiz José Bizarello, 3° sem. de Filosofia.

DICA DE LIVRO


HAMLET
“Ser ou não ser, eis a questão”. Pode até existir quem ainda não tenha usado ou mesmo ouvido esta expressão. Mas, de quem já ouviu e usou, quantos poderiam dizer que sabem de onde ela veio? Pois bem, apresento-lhes o livro Hamlet, de Willian Shakespeare, o autor da frase “ser ou não ser”.
Hamlet é príncipe da Dinamarca, e seu pai é assassinado por quem, posteriormente, passa a ser seu padrasto. Hamlet, porém, tem visões de seu pai, e este lhe dá uma missão: desmascarar o assassino.
Shakespeare, o autor de grandes obras como “Romeu e Julieta”, “Otelo”, “Sonho de uma noite de verão” entre muitas outras, coloca em Hamlet o seu personagem mais ardiloso, mais audacioso e destemente.
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Eliseu Oliveira, 3º semestre

20 de abril de 2007

TRABALHO E EDUCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA SOCIEDADE



“Educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Constituição Federal de 1988 – artigo 205).
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Será... que os Órgãos Públicos e nós sociedade tomamos consciência deste artigo? Será... que cada um de nós faz a sua parte para que esta Lei seja cumprida? Será... que todo o brasileiro sabe dos seus direitos? Pensemos nisso... . Diante da realidade em que vivemos não podemos nem devemos ficar de braços cruzados. Há que alimentar na fé e na espiritualidade, a nossa esperança, e buscar alternativas para que o sonho se realize. Estas não caem do céu, surgem da prática social e da unidade comunitária. Esta nova sociedade que está se formando é chamada de sociedade do conhecimento. Por isso, o principal papel da educação nesse processo é o de fazer pensar. E pensar, segundo o sociólogo Anthony Giddens, é aprender a ser livre, responsável e honrado. Pensar é esforço e inconformismo, para com o mundo e também para consigo mesmo. Pensar é duvidar e criticar, não de forma altaneira e presunçosa, senão por desejo do bem comum. Pensar é ter o tempo de poder fazê-lo. Pensar não é repetir ou reproduzir. Pensar é ativar o que de nobre há no ser humano, porque pensar é também sentir e intuir. A frase de Descartes não é de todo certa: não se trata de “penso, logo existo”, mas penso, logo vivo. Viver é encontrar seu próprio caminho e evitar permanentemente a tentação do fácil. O fácil é não pensar.
Educação e trabalho, dimensões essenciais para a construção e manutenção de uma Nova Sociedade; uma sociedade justa e democrática, livre e com dignidade humana. Educação e trabalho, direitos universais para todo ser humano. Para Mészáros a universalização da educação só poderá ocorrer com a universalização do trabalho, pois tais dimensões têm caráter indissociável. Stephan Wyszynski diz que o trabalho contemporâneo é caracterizado por uma exagerada ambição; somos vítimas da impaciência revolucionária que tudo deseja, e imediatamente. Assim se explicam as revoluções, que têm em mira resultados gigantescos e imediatos, à custa, muitas vezes, da violação das leis naturais. E, contudo, a História ensina-nos que não é a revolução, mas sim o trabalho humano constante e tranqüilo que nos impele no caminho do progresso. Desgraçadamente, o homem confia demasiado nas forças da revolução e destrói prematuramente as suas próprias forças, escravizando-as à febre de criar. Deseja alcançar no mais curto espaço de tempo possível tudo aquilo que só pode dar fruto completo dentro dos limites estabelecidos pelas leis naturais.
Com o olhar projetado no futuro, precisamos lutar por uma educação que propicie maior capacidade de compreender a realidade em que se vive. Um trabalho digno para construir e integrar o ser humano na sociedade; uma sociedade onde o trabalho represente libertação e vida, não exploração e morte. E em fim vamos dizer juntos com Arnaldo Jabor: “Quero ter de volta o meu mundo simples e comum, onde existe amor, solidariedade e fraternidade como bases. Construir um mundo melhor, onde as pessoas respeitem as pessoas”.
Utopia?...
Quem sabe?...
Precisamos tentar...
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Renildes Zucolotto - é professora de Português, responsável pela formação de leigos na Região de Ijuí.

A HISTÓRIA DO TRABALHO NAS DIFERENTES SOCIEDADES


O Ser Humano foi colocado por Deus no mundo, não simplesmente para adaptar-se ao mundo, pois Deus deu a ele consciência. Pela consciência, sabe que ele e o mundo são objetos distintos, e por ter o mundo como objeto do qual ele é o sujeito, pode repensar e recriar o mundo. Tendo o mundo como objeto, o ser humano incide no mundo para modificar o mundo e melhor se adaptar a ele: surge, então, o trabalho.
Nas sociedades tribais, o trabalho era uma forma de a tribo sobreviver através da caça, da pesca e da coleta. Também o trabalho tinha por finalidade os ritos e mitos da tribo. Outra característica era a divisão do trabalho por sexo; além disso, o curto período de trabalho era completado por longos períodos de lazer e convivência.

A sociedade greco-romana dividiu o trabalho em três categorias: labor, poiesis e práxis. O labor era um trabalho dedicado à produção de alimentos para a sobrevivência do corpo. A poiesis era o trabalho do artesão e do escultor, seja para a fabricação de ferramentas, seja para o mero fim estético. A práxis se entendia como atividade política (do cidadão da polis). Na práxis a palavra e o discurso eram ferramentas de trabalho para encontrar soluções a fim de proporcionar o bem estar dos cidadãos
Na sociedade feudal, época em que a maioria das pessoas se encontrava no campesinato, havia arrendamento de terras onde o camponês trabalhava para si e para o dono do feudo (extensão de terra). O servo camponês também era obrigado a pagar altos impostos ao senho feudal pelo uso da terra, além de pagar imposto ao Estado e à Igreja.
Com a decadência do modelo feudal e a mecanização das indústrias nas cidades, surgiu uma classe que começou a contratar o trabalho dos camponeses para trabalharem em suas indústrias. O trabalho torna-se assalariado e o trabalhador torna-se uma mercadoria. O trabalhador, aqui, deixa de ser o dono do produto final e passa ser mero instrumento de produção, cujo resultado final é alheio a ele, não lhe pertence.
Com a evolução do capitalismo, os sistemas de produção foram sendo aperfeiçoados e o trabalhador precisou se especializar em uma determinada função no todo da produção, havendo assim a divisão do trabalho. Essa era passou a ser chamada de fordismo, pois Henry Ford, desde 1914, implantou este modelo na sua fábrica de automóveis. Frederick Taylor (1865-1915) sugeriria, então, uma racionalização do processo produtivo, nascendo à expressão fordismo/taylorismo.
Com a crise do petróleo em 1973, e com o anseio de valorizar o capital, o capitalismo pensa novas formas de elevar a produtividade e os lucros. A partir de 1970, desenvolve-se o que seria chamado de pós-fordismo ou acumulação flexível, com característica como a automação da indústria (eliminação do controle manual), flexibilização dos mercados de trabalho como trabalho doméstico, autônomo, trabalho temporário, por hora ou por subcontratação; além disso, os produtos começam a ser pensados para diminuir o seu tempo de uso, tornando-os facilmente descartáveis, aumentando assim o consumo.
Um problema, hoje, para a questão do trabalho é o desemprego, bem como o excesso de produção em detrimento do pequeno mercado de consumo ou de poder aquisitivo. Eis algumas das tarefas a solucionar!

Eliseu L. A de Oliveira, 3º semestre

DICA DE FILME


“VEM DANÇAR”, filme com Antonio Banderas interpretando Pierri Dulaine, professor de dança de salão que, vendo a situação de um aluno de uma escola do subúrbio de Nova York, dominada pela violência, decide fazer algo para ajudar a melhorar a situação deste e de outros que se encontravam no mesmo estado, excluídos da sociedade e da escola.
Ao apresentar-se a diretora, e propondo seu interesse em ensinar dança de salão, percebe uma indiferença para com a dança como para com ele e o quanto era problemático o ambiente de trabalho da mesma, pois, o que ele propusera era ensinar os alunos a dançar outro tipo de música, no caso clássica, que para os alunos era totalmente opostos ao hip hop. Pensando ser impossível e acreditando na desistência de Pierri a diretora autoriza o mesmo, mas que, ele trabalha-se com uma turma especial, o grupo dos rejeitados pela escola e pela sociedade, formado por alunos com envolvimento com drogas, prostituição e roubos.
Para começar Pierri apresenta-lhes clássicos de famosos artistas norte-americanos. Tratando-os com rejeição, a dança de salão foi chamada pelos alunos de “afeminada”, que de calmos e obedientes nada tinham, mas com persistência Pierri vai traspassando barreiras antes intransponíveis, conhecendo e entregando-se de corpo e alma a dança e a dedicação, este faz com que seus alunos percebam que tudo que aprendem é algo a mais para si mesmos e não para outros.
“Um homem com um grande desafio”. Baseado em fatos reais “Vem Dançar” quer nos mostrar que a força de vontade de fazer algo por alguém e a persistência muitas vezes “movem montanhas” e que, o trabalho e a determinação caminham juntos para conseguir-se algo.

Luiz José Bizarello, 3° sem. de Filosofia.

2 de abril de 2007

TURMA 2007

Luíz José Bizarello (Ajuricaba), Diego Losekan (Ijuí), Everton Marcos de Souza (Lagoão), Eliseu Alves de Oliveira (Ijuí) e no centro, Pe. Marcos Rogério Denardi (Assistente).

31 de março de 2007

O OUTRO CRUCIFICADO

Resumo da dissertação de mestrado em Teologia Sistemática do Pe. Marcos Rogério Denardi, na PUCRS - 2006


A presente dissertação: “O Outro Crucificado” e “o olhar do Outro”: um estudo comparativo entre Jon Sobrino e Emmanuel Lévinas, pretende refletir uma categoria filosófica, que aplicada a teologia compromete na defesa do ser humano: do seu pensar, agir e da sua fé.
Nas categorias de: “Outro”, “Olhar”, “Alteridade” e “Totalização”, tematiza as relações e o comprometimento interpessoal, a partir de Emmanuel Lévinas, filósofo francês e Jon Sobrino, Cristólogo, de El Salvador. Dividido em três seções, o trabalho inicia clareando a categoria de alteridade e suas constelações, segundo o pensador francês lido com a ajuda de Luis Carlos Susin, Ricardo Timm de Souza e outros intérpretes, bem como sua aplicabilidade às relações humanas. A segunda seção procura descrever em linhas gerais a Cristologia de Jon Sobrino, destacando o conceito de lugar como decisivo para seu pensamento, enquanto a terceira, pretende coadunar o pensamento destes dois autores.
Na conclusão destacam-se as aproximações descobertas, com destaque para a relação ao seu ambiente e às pessoas a partir de onde elaboraram suas reflexões, em favor dos “encurvados”, “vitimizados” e “crucificados” do nosso tempo.

DICA DE LIVRO


É um livro que definitivamente marcou época. Assim como muitos livros do escritor Fédor Dostoiévski influenciaram a literatura e a filosofia no Ocidente, o livro “Crime e Castigo” é o mais citado como a obra prima deste escritor, é considerada como divisor de águas da literatura mundial.
O livro tem como enredo a estória do personagem Raskolnikov, estudante de direito na Russia, que comete dois assassinatos, sendo que uma vítima é morta pelo simples fato de ter presenciado a primeira morte; morre inocentemente. São duas mortes que não deixam nenhum vestígio de quem as cometeu.
No desenrolar do texto, Raskolnikov dá pistas psicológicas de que possivelmente teria praticado os crimes, e isso é percebido por um investigador da polícia. Como não há provas concretas, o investigador não pode afirmar que o suspeito Raskolnikov é o causador das mortes. O livro explora bastante os diálogos entre o investigador e o suspeito acerca dos crimes.
Pressionado exteriormente e interiormente, Raskolnikov conta que é o autor dos a uma prostituta. Esta, então, tenta mostrar a via do cristianismo, do arrependimento, do perdão e tenta convencer Raskolnikov a entregar-se para a polícia. O personagem, porém, tem a teoria de que é um homem diferente, superior aos outros homens pois sua causa é superior, e por isso não pode ser submetido às mesmas leis que rege o agir de individuos inferiores, que tem causas inferiores.
O filósofo Kierkeegard se baseia em Raskolnikov para demosntrar que uma passagem do estágio estético para o ético, e do ético para o religioso é um salto de livre vontade, como é o caso de Raskolnikov se entregar ou não à polícia. Já Nietzsche coloca Raskolnikov como protótipo do “super-homem”, que está acima de qualquer valor moral. Além destes, Dostoiévski influencia o escritor Machado de Assis e a escola literária do Realismo, além de muitos outros escritores.
É um livro clássico, digno de ser lido.
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Eliseu Oliveira, 3º semestre