7 de novembro de 2008

TCC: A COMUNIDADE DE COMUNICACÃO EM APEL E DUSSEL

Por que há tanta corrupção? Por que muita gente morre cotidianamente, vítima de assassinatos, de aborto ou mesmo de fome e desnutrição? A filosofia inicia com perguntas, e meu trabalho de conclusão de curso de filosofia nasceu destas perguntas, reunidas em dois eixos: por que há um descrédito moral e ético? O que a filosofia tem a dizer quanto aos pobres, aos excluídos, isto é, às vítimas da sociedade capitalista? Para refletir sobre estas perguntas, escrevi sobre um dialogo entre Karl-Otto Apel e Enrique Dussel, que intitulei de “A comunidade de comunicação em Apel e Dussel”.

De fato, há uma crise moral e ética. Não simplesmente porque pessoas deixaram de agir moral e eticamente, mas principalmente porque não há razão suficiente para agir moralmente (os especialistas chama de crise do fundamento da ética). A ciência usa o argumento que de fatos (é) não se pode passar a regras (dever ser), utilizado primeiramente por David Hume. A filosofia analítica da linguagem diz que as palavras ética, moral, liberdade, não tem significado. O marxismo historicista diz que a moral é relativa a cada cultura e contexto histórico.

Não convencido de que esta é uma palavra final, encontre na Ética do Discurso de Karl-Otto Apel uma tentativa de superação e fundamentação da ética. Apel cria o argumento pragmático-transcendental. Este argumento é o seguinte: se eu nego uma verdade, tenho que admitir que o que eu afirmo é uma verdade, caso contrário, entro em contradição. E se tento argumenta que há ou não há uma ética, devo assumir que argumento para alguém ou para um a comunidade (comunidade de comunicação), e preciso ser entendido; assim, devo me submeter às regras do discurso: inteligibilidade, sinceridade, verdade e adequação ao contexto. Nesta comunidade de comunicação, todos podem argumentar e a ética nascerá, (como Habermas também pensa), do melhor argumento.

Enrique Dussel, filósofo argentino, enxerga as limitações do filósofo alemão Karl-Otto Apel, quando este ignora o processo de colonialismo e neocolonialismo que sofreu a América Latina durante seus 500 anos, e que por isso a comunidade de comunicação que dita e sempre ditou a ética não é plural, como pensa Apel e Habermas, mas é hegemônica, pois quem dita as regras são os países do norte, a Europa e os Estados Unidos. A proposta de Dussel é uma Ética da Libertação, que coloca as “vítimas do sistema” (o pobre na sociedade de classes, a mulher na sociedade machista, o negro e o índio na sociedade racista, o jovem e a criança na sociedade patriarcal) como fonte e origem da ética. A vítima, e não o sistema (ou a comunidade de comunicação hegemônica) quem deve ditar as regras.

Não penso que resolvi o problema, que Dussel está mais certo do que Apel, ou que vou explicar a realidade a partir da análise destes dois autores, mas me considerei inserido no debate atual da ética que é muito mais amplo do que aqui descrevi no meu trabalho de conclusão de curso.
Eliseu Oliveira, 6º semestre de filosofia pela PUCRS

SANTOS HOJE


Deus Pai nos escolheu em Cristo para sermos nele santos pelo amor... Mas como um cristão inserido num mercado altamente competitivo, tecnicista e consumista pode ser santo? Ou, como é que um cristão, trabalhando nas mais diversas áreas, pode incorporar em sua experiência espiritual o conceito bíblico de santidade?

Bento XVI em discurso no dia 08 de março de 2008 no Vaticano nos lembra: “A secularização, que se apresenta nas culturas como proposta do mundo e da humanidade sem referência à Transcendência, invade todo aspecto da vida cotidiana e desenvolve uma mentalidade na qual Deus está de fato ausente, em tudo ou em parte, da existência e da consciência humana”. Vê-se claramente que se vive certa decadência espiritual, ainda que esta seja caracterizada por um inconstante espiritualismo (religiosidade sem compromisso com o próximo). E faz-se necessário a recordação dos valores fundamentais cristãos como o amor e a busca pela santidade, à luz da santidade de Deus (cf. Mt 5,48).

Como discípulos missionários, configurados a imagem do Mestre, tendo os corações enraizados Nele, inseridos e realizando nossa missão no mundo, nos santificamos a medida que aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus. Estilo de vida este que, segundo os bispos em Aparecida, manifesta-se no seu amor filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade à missão recebida, seu amor serviçal até a doação de sua vida (DA 139).

Por mais que vivamos uma “mudança de época” vale-nos este principio central do Mestre, que nos caracteriza enquanto cristãos, nos assemelha a Ele e nos santifica Nele: ”Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12).

Douglas Carré, 2º semestre de filosofia pela PUCRS

A ARMADURA DA SANTIDADE

A fragilidade e a vulnerabilidade da criatura humana são tais que tornam necessárias uma armadura, para quem queira empenhar-se na luta contra o inimigo de Deus e o adversário do Evangelho.

Segundo a Carta de Paulo aos Efésios ( Ef 6, 10-20), o verdadeiro soldado de Cristo deve vestir a armadura de Deus e fortalecer-se no espírito através da oração. Os elementos que compõe esta armadura são:

1º O Cinturão da Verdade, que cinge no combatente uma veste apropriada ao combate, isto é a coerência total entre aquilo que é e aquilo que deixa transparecer. 2º A Couraça da Justiça, que pode ser definido como ação de Deus para salvar os pobres e humilhar os pecadores, bem como a participação no zelo de Cristo pela justiça do Pai, que nos protege e defende do inimigo. 3º Os Pés Calçados com o zelo e a prontidão de propagar o Evangelho da Paz, estando sempre de aberto ao diálogo e ao aprofundamento da vida evangélica. 4º O Escudo da Fé deve ser empunhado em todas as ocasiões a fim de defender-nos das flechas de fogo lançadas pelo inimigo, que procuram ferir-nos e roubar-nos os tesouros da fé. 5º O Capacete da Salvação significa aceitar a ação salvífica de Deus, como nossa única proteção e esperança, e ele nos protege a cabeça, que é a parte mais importante do corpo. 6º A Espada do Espírito que é a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que a espada de dois gumes, ela penetra até o ponto donde a alma e o espírito se encontram ...(Hb 4,12).

Apesar de todos esses elementos da armadura do guerreiro de Cristo que luta para conquistar a santidade, a prática constante da oração move, vivifica, afia e faz com que esta armadura trabalhe em perfeita sincronia nesta luta contra o mal. Pois a ORAÇÂO parte de Cristo como dom e é movido e guiado pelo Espírito Santo. Desta forma o guerreiro de Cristo terá as condições necessárias para alcançar o seu objetivo que é a santidade.

Valdecir Antônio Zöhler, 2º semestre de filosofia pela PUCRS

9 de outubro de 2008

AS CARACTERÍSTICAS DO DISCÍPULO MISSIONÁRIO


Um viajante caminhava por uma estrada. Em um determinado lugar do percurso, a estrada se dividia em vários outros caminhos possíveis. E agora, para onde ir? O viajante ficou pensando. Algum tempo depois, um velho se aproximou. O viajante perguntou-lhe: - como escolher o caminho certo? O velho respondeu: - aonde você quer chegar? Depois de um momento de silêncio, o velho continuou: - para quem não sabe aonde ir, qualquer caminho serve.


As pessoas vivem atrás de felicidade, da realização de seus desejos. A isso chamamos de sentido da vida. Porém, muitas delas procuram no lugar errado. Algumas pessoas colocam o sentido de sua vida em comprar, gastar, acumular, a fim de mostrar aos outros que são felizes, quando, de fato, não são.


O Discípulo Missionário é aquele que fez a mais valiosa experiência que o ser humano pode fazer: fez a experiência do verdadeiro sentido da vida. Na experiência do sentido, sabemos porque vivemos e porque morremos. O discípulo é capaz de dizer: “sei em quem coloquei minha esperança”. O motivo de viver do discípulo é servir a Cristo no anuncio da boa nova do Reino de Deus e no amor ao próximo. Não obstante, o discípulo sabe que, “ se morremos com Cristo, como ele ressuscitaremos.”


O Discípulo Missionário não perde a esperança, em um mundo desesperançado. Ama o próximo, em um mundo que estimula somente o amor a si mesmo. Propõe e constrói uma sociedade melhor, em um mundo que decreta o fim da história e a vitória do neoliberalismo. Espera a vida eterna, em um mundo que incentiva o “aproveitar aqui e agora”.


O Discípulo Missionário espalha a notícia que ele próprio experienciou: que o sentido da vida é o Cristo.

Eliseu Lucas Alves de Oliveira, 6º semestre

TCC:Curiosidade Epistemológica da Criança em Jean Piaget

Este foi o tema do trabalho monográfico que propus-me em discorrer: “Curiosidade Epistemológica da criança dos 6 aos 11 anos em Jean Piaget. Nós adultos convivemos dia-a-dia com crianças, onde deparamo-nos com situações que não sabemos como resolver e agir. Entre estas temos suas curiosidades, ou seja, suas perguntas o por que, o como das coisas, enfim somos rodeados de interpelações. Será que nós damos uma resposta convincente e certa a elas ou tentamos ludibriá-los com respostas que não convencem? Como diz Piaget 1993: “ Elas tem perguntas para tudo, constroem o conhecimento criando e coordenando relações, modificando velhas idéias e não acumulando informações”.

No desenvolvimento do trabalho monográfico apresentei os vários tipos e classificações de por quês que a criança nesta faixa etária é capaz de apresentar.Como temos conhecimento somos formadores de sujeitos, podemos então fazer com que sejam adultos curiosos ou não, autônomos ou heterônomos. A autonomia só é construída quando nós como formadores de consciência deixamos a criança, o formando, o educando ser um sujeito capaz de interrogar e assim construir sua capacidade de refletir caso contrário formaremos sujeitos inseguros, governados por outros não tendo capacidade de questionamentos. Piaget fixou-se nos erros e não nos acertos cometidos pelos educandos, pois para Ele devemos centrar a atenção na gama de interesses, na estrutura mental apresentada por elas, e nas suas curiosidades, como também desenvolver autonomia em quem educamos, como respeitar a liberdade do outro e deixa-lhes a chance de escolher.
Neste TCC (trabalho de conclusão de curso), apresentei a educação como direito de todos com
o diz a Declaração dos Direitos Humanos artigo 26, e fui então para a realidade em um colégio Público Municipal, e lá pude observar qual a formação que é adotada e passada às crianças: se é a do condicionamento, onde eu faço isto em prol disto, ou seja, “para ganhar estrelinhas no meu caderno”, ou aquela onde a criança é vista como sujeito capaz de crescer e conhecer, de interpelar e contribuir. E se a escola é construtivista onde a criança tem papel ativo ou tradicional onde tem papel passivo. E como já mencionado Piaget argumenta que a educação formadora não é aquela que através de provas avaliativas, discrimina aqueles (as) que tiram menos acertos, mas aqueles (as) que erram pois é com o erro que Ele formou sujeitos capazes de amar e se amar. Segundo Ele formandos, educandos, crianças interpeladas, desafiadas a questionar, aprende a aprender de forma ativa, criativa, crítica e autônoma.
Everton Marcos de Souza, 6º semestre

O CRISTÃO E A MUDANÇA SOCIOPOLÍTICA A PARTIR DE APARECIDA

As eleições vêm aí e uma pergunta não quer calar: qual nosso papel, enquanto cristãos, frente a toda problemática sociopolítica atual?
O profetismo sempre esteve presente na história do povo de Deus. Novamente é ele que deve conduzir os cristãos a denuncia das situações de corrupção sociopolítica e também ao anuncio dos possíveis meios para desarraigar essa cultura de nosso meio social.
O episcopado Latino-Americano e Caribenho nos mostra, no Documento de Aparecida, quão importante é nossa presença cristã na sociedade civil, assumindo uma atitude mais protagonista para fortalecer a democracia participativa e criar maiores espaços de participação política. Assim, tomando consciência do poder que temos nas mãos, geremos mudanças importantes na conquista de políticas públicas mais justas que revertam a atual situação de exclusão social (n. 75).
O discípulo missionário de Jesus Cristo realiza sua missão no mundo, com seu testemunho e atividade, contribuindo para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do evangelho, à luz da opção preferencial pelos pobres, implícita na fé cristológica e reafirmada pelo documento dos bispos em Aparecida (n. 392).
Que o Espírito Santo nos ajude na realização de nossa missão para que, por Ele iluminados, proclamemos a Boa Nova do Reino de Deus que Jesus nos veio comunicar.

Douglas Carré, 2º semestre

Maria, Rosa Mistica


O simbologismo das flores nos encanta por sua beleza, cores, perfumes. Estamos no tempo da primavera, época na qual desabrocham as flores. Assim como após o 5º CELAM, desabrochou como uma flor, a missão do discípulo de Cristo em nosso continente, tendo Maria como a Rosa Mística, ou seja, modelo de sua missão.


Chegada à primavera, os jardins, as ruas, os bairos e as cidades enfeitam-se com flores que surgem a cada momento nesta época. Ao depararmos com as flores veremos que elas possuem um ciclo, onde elas nascem, crescem, florescem, produzem sementes e acabam perdendo a sua beleza ao murcharem.



Maria é chamada de Rosa pelo simbologismo sugerido pelo profeta Isaías: ‘E sairá uma vara do tronco de Jessé, e uma flor brotará de sua raiz’. Mas não somente de Rosa, mas de Rosa Mística, pois possui todas as belezas da rosa sem ser atingida por suas falhas, que as rosas normais possuem como os espinhos, a perda de seu perfume e o seu fim ao murchar.



Após o 5º CELAM realizado de 13 a 31 de maio de 2007 em Aparecida SP, entramos numa eterna primavera, onde Maria é a Rosa Mística do jardim deste continente em missão. A qual seus filhos, discípulos missionários de seu Filho Jesus, desejam contemplar a beleza de seus ensinamentos e de suas graças, pois és ‘a imagem perfeita do discípulo missionário’(364º D.A.), a ser seguida.Para que assim, nós flores imbutidas de limitações, desejamos seguir o vosso exemplo, possamos chegar um dia ao seu Filho Jesus e com Ele a Deus Pai.




Valdecir Zöhler, 2º semestre

4 de setembro de 2008

Setembro: mês da Bíblia


"A Palavra de Deus é luz, que nos guia na escuridão:
é semente de paz, de justiça e perdão!"

A Linguagem Humana e a Bíblia

Quando era apenas uma ingênua criança, minha irmã me contava histórias. E como eram lindas aquelas histórias! Eram histórias de crianças que viviam em reinos bem distantes, que perdiam-se e precisavam encontrar o caminho de casa; algumas falavam de meninos que tinham asas sabiam voar. Ao ouvi-las, eu me transportava para aquele mundo, me imaginando estar vivendo cada acontecer daquelas fábulas. Assim, minha infância foi povoada pelo mundo da imaginação de minha irmã.

As palavras tem o misterioso poder de chamar de uma realidade não presente não apenas fatos, mas sentimentos e sonhos. A linguagem é a mais pura forma de comunhão entre os seres humanos, pois no ato de dizer, comunico (comunicação é a ação de “por em comum”) algo, e ao comunicar algo a alguém, partilho uma experiência vivida, pensada ou desejada.

Se não fosse a graça divina de proporcionar ao ser humano a possibilidade de comunicar, de traduzir um estado de coisas vividas em linguagem, em uma língua compreensível entre uma comunidade cultural, não haveria civilização, não haveria religião, não haveria sequer nosso cristianismo. São João diz: “o que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1,3). Graças à linguagem, podemos saber o que pensavam as pessoas, as culturas de séculos e até milênios passados. Experiências, vivências, aprendizados que hoje nós podemos saber por que entramos em contato com símbolos lingüísticos que evocam um “dito” que não se perdeu no ato de seu “dizer”. A isso chamamos Tradição. A Bíblia só foi possível pelo importante papel da Tradição oral e escrita.

A Bíblia é um livro inspirado por Deus, mas que traduz experiências, vivências, aprendizados de um povo que soube auscultar a presença de Deus na história, na sua história. E a linguagem, esta discreta morada de nós mesmos, na sua humildade, possibilita a nós conhecer, pela Bíblia, a vontade de Deus, assim como nos auto-revela tudo o que somos.
Eliseu de Oliveira, acadêmico do 6º semestre de fiolosofia da PUCRS

Bíblia: livro Antigo ou Atual?

Para dar uma resposta a esta pergunta não precisa grandes elucubrações, mas sim olharmos a sua importância que dia-a-dia em nossa atualidade é mostrada e usada. A Bíblia é um livro que acompanhou e acompanha a história, ao longo da caminhada do ser humano como subsídio de Salvação e informação de uma forma atualíssima.

A Bíblia é o registro da longa experiência religiosa do povo de Israel, homens que buscavam estar inspirados pelo Espírito Santo, acreditando em sua palavra e verdade. A Bíblia é a Palavra de Deus, portanto, Ela é mais do que apenas um bom livro, é revelação de Deus escrita para a humanidade. Ela é, e devemos torná-la em nossa vida espiritual lâmpada e luz para o nosso caminhar, como menciona um canto bem conhecido.

A partir disso devemos nos questionar: qual a importância, como Filhos de Deus, damos a Sagrada Escritura?

Como sabemos, nós Católicos somos os Cristãos que menos lemos a Bíblia, não por não tê-la, mas por preguiça ou desmotivação. Onde Ela torna-se em nossas famílias objeto decorativo de muitas estantes e mesas, sempre aberta, como se alguém tivesse lido, mas isto não basta pois pelo motivo de estar aberta não vai informar e edificar a Fé de ninguém. Ela tem uma capacidade de renovar-se através daquele e daquela que à lê, fazendo uma boa interpretação não de uma forma fundamentalista como a maioria das vezes acontece.

Que neste mês dedicado pela Santa Igreja como mês da bíblia possamos tomar gosto de lê-la, e assim conhecermos através Dela qual a mensagem que o Senhor quer transmitir para seus filhos amados.

Everton M. Souza, acadêmico do 6º semestre de filosofia da PUCRS

Liturgia da Palavra: Cristo fala

Deus nos reúne em torno do seu Filho Jesus, o Ressuscitado, para dialogar conosco e nos comunicar o seu Mistério, mas para isto é necessário uma atitude de escuta filial, ou seja, uma escuta atenta e amorosa, dentro, é claro, da realidade concreta da nossa vida.

A Liturgia da Palavra é este diálogo da Aliança, diálogo amoroso e comprometedor entre Deus e seu povo animado pelo Espírito Santo. O Verbo de Deus, o Logos, a Palavra viva do Pai, o próprio Cristo, se torna carne em nós para continuarmos sua ação salvadora.


Cremos que “quando se lêem as Sagradas Escrituras na Liturgia, é Cristo mesmo que fala” (SC 7), e que “ignorar as Escrituras, é ignorar o Cristo” (São Jerônimo,) cuja fala é ação que nos liberta, guia e ilumina para prosseguirmos a caminhada, testemunhando-o e realizando a páscoa na história. Por isso, esta palavra é “Palavra da Salvação”, ou seja, palavra que nos salva, nos faz passar da morte para a vida, da escravidão para a liberdade, do individualismo para a vivência comunitária do amor, do pecado para a vida da graça!

Esta Palavra é também anúncio da salvação universal! E, assim sendo, nós também somos convocados para ajudar nessa tarefa, uma vez que com o Pão da Palavra somos alimentados por Cristo para que fortalecidos e transformados por Ele sejamos suas testemunhas, seus discípulos missionários.

Que neste mês de setembro, mês da Bíblia, possamos nos aproximar mais ainda da Palavra de Deus e entoar com o salmista: “Como eu amo, ó Senhor, a vossa lei! Permaneço o dia inteiro a meditá-la. Como é doce ao paladar vossa palavra, muito mais doce do que o mel na minha boca!” (Sl 118).

Douglas Carré, acadêmico do 2º semestre de filosofia da PUCRS

Os pilares da Bíblia

A Bíblia está sustentada ao longo de sua história por três pilares: a Revelação em Si mesma de Jesus Cristo, a sua transmissão através da Tradição Apostólica e ao Magistério da Igreja formado pelos bispos, cabe a sua devida interpretação.

Quanto à Revelação: ‘Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade, segundo o qual os homens por meio de Cristo, o Verbo Encarnado, tem acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornaram participantes da natureza divina. Esta Revelação realiza-se por meio de ações e palavras intimamente relacionadas entre si, onde manifestam, confirmam e esclarecem o mistério nelas contido' (D.V.2ºart.).

A Tradição Apostólica caminha unida com a Palavra de Deus encarnada em seu Filho Jesus, ‘que mandou aos apóstolos, que pregassem a todas as gerações, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, comunicando por meio do Evangelho, antes prometido pelos profetas e por Ele cumprido, os dons divinos' (D.V.7ºart.).

Ao Magistério cabe o encargo de interpretar com autenticidade a Palavra de Deus escrita ou contida na Tradição vivenciada pelos apóstolos, mártires e santos, ‘cuja a autoridade é exercida em nome de Cristo.Ele não está acima da palavra de Deus, mas apenas ao seu serviço, ensinando apenas o que lhe foi transmitido, por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo' ( D.V.10ºart.).

É por meio destes três pilares que a Bíblia perpassa à história e chega até os dias atuais, pois estes intimamente relacionados entre si sustentam um só depósito sagrado da Palavra de Deus confiado à Igreja.

Valdecir A. Zöhler, acadêmico do 2º semestre do curso de filosofia da PUCRS

O gaúcho e seu valor tradicional

De nosso Rio Grande com muito orgulho venho te falar,
de uma parte da história que nele há.
A gauchada que nele vive tem objetivo valorizar os valores
que nosso povo tem uns com os outros.
Por isso venho citar alguns aspectos do Rio Grande do Sul que só nele está,
esse pode ser a grande diferença,
dos outros estados brasileiros que pode nos diferenciar.
Os valores sociais que o nosso Rio Grande busca,
é mostrar mais interesse pelo homem no campo,
esse homem que com tanta dificuldade ainda mostra o orgulho,
que tem em viver e seguir os passos na construção,
permanência da tradição.
Na cultura gaúcha tem muita valorização,
onde começou nas escolas a interpretação literária,
para buscarmos no passado toda a nossa grande história.
A arte e a cultura gaúcha precisa de grandes valores morais,
Para que o gaúcho atual, não esqueça a sua origem,
mas sim valorize a herança dos nossos ancestrais.
Não podemos também esquecer, o grande valor fundamental,
onde está, o nosso grande patrão celestial,
que é o nosso Deus lá de cima, que de lá nos guia, para uma missão universal.
Joceli Machado, acadêmico do 2º semstre do curso de filosofia da PUCRS

14 de agosto de 2008

AGOSTO: Mês das Vocações

"Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração..." (Jr 3,15)

Vocação: Um chamado para cuidar da vida


O Pai da criação deu-nos a graça de existir: eu, você, os outros, os animais, as plantas, as estrelas, as galáxias... todos somos filhos do mesmo pai e irmãos de existência.

O nosso Pai comum concedeu ao ser humano um dom especial, que a nenhum outro ser confiou. É o dom da inquietação, da incompletude, da busca de realizar a sua essência que se sacia na transcendência, no estado de amor infinito.

Deus, amando a humanidade, pôs no coração do ser humano, fraco e indefeso, uma vocação (chamado para). O primeiro chamado do Criador foi para a vida. Ninguém escolheu ter nascido, e a existência é um dom que compartilhamos com tudo o que existe no planeta e no cosmos. Os outros chamados, Deus reservou somente para a espécie humana, que é um chamado para exercer um serviço a Deus e aos irmãos e a todas as criaturas: o serviço do matrimônio (para gerar filhos e educá-los na fé, propagando a espécie), o chamado a servir como leigo na comunidade de fé (a Igreja), e o serviço específico para ser pastor (religioso, religiosa, padre) levando ao povo os sacramentos e ensinando pelo exemplo, o povo, a vivenciar o evangelho, construindo o Reino, a Civilização do Amor (Paulo VI).

A recente preocupação com o problema já antigo, a ecologia, faz-nos refletir sobre a sustentabilidade da vida no planta. Percebemos que Deus nos chamou também para cuidar do nosso planeta, nossa casa comum. Somos convocados a nos sentirmos parte desta casa (oikos), e não o seu dono que tem o direito de fazer dela o que quer. Somos chamados para uma ética do cuidado com a vida, como todo o tipo de vida existente.

Vocação é um chamado de Deus para o serviço, para o cuidado com toda a criação, e Deus precisa de nosso sim, que nos conduzirá a felicidade neste mundo e no Reino Definitivo.

Eliseu Lucas Alves de Oliveira
Acadêmico do 6º semestre do curso de Filosofia da PUCRS

13 de agosto de 2008

Dica de livro: Os Tempos Hipermodernos



Em "Os Tempos Hipermodernos", o sociólogo Gilles Lipovetsky mantém sua linha de provocação e debruça-se novamente sobre o homem contemporâneo para atestar nossa transição da fase pós-moderna para a hipermodernidade. Escrito com a colaboração de Sébastien Charles, "Os Tempos Hipermodernos" chega ao Brasil apenas sete meses depois do lançamento na França e explica como a globalização fortaleceu o individualismo, o mercado e o avanço técnico- científico.
Já se disse várias vezes que a pós-modernidade morreu, mas ninguém ate agora havia afirmado de forma tão cabal que ela nem se quer existiria. É justamente o que defende o filósofo Gilles Lipovestsky neste livro. Ele argumenta que desde os anos 50, o mundo vive uma intensificação jamais vista do tripé que sempre caracterizou a modernidade: o mercado, o individuo e a escalada técnico-cientifica. A partir dos anos 80, com o avanço brutal da globalização e das novas tecnologias de comunicação, esse fenômeno – que ele batizou de hipermodernidade – adquire uma velocidade espantosa, passando a interferir diretamente em comportamentos e modos de vida. Mais do que um lance de retórica, o termo hipermodernidade define a situação paradoxal da sociedade contemporânea, dividida de modo quase esquizofrênico entre a cultura do excesso e o elogio da moderação. De um lado, diz Lipovetsky, “é preciso ser mais moderno que o moderno, mais jovem que o jovem, estar mais na moda do que a própria moda”; de outro, valoriza-se a saúde, a prevenção, o equilíbrio, o retorno da moral ou das religiões orientais. O novo tempo precisa de novos conceitos para ser bem mais apreendido e vivido.

Gilles Lipovetsky, nasceu em 1944, em Millau, na França. É um dos principais pensadores da sociedade moderna, e suas teorias causam polemica em todo mundo.
Editora Barcarolla. 2005.
R$ 33,00 em http://www.saraiva.com.br/
Dica de leitura: por Pe Magnus Camargo, Mestrando em Teologia pela PUCRS

Filme O QUINTO ELEMENTO

Título original: The fifth element
Duração: 127 minutos (2 horas e 7 minutos)
Gênero: Ficção científica
Direção: Luc besson
Ano de lançamento: 1997
País de origem: França
Elenco: Bruce Willis (Korben Dallas) Milla Jovovich (Leeloo) Gary Oldman (Jean-Baptiste Emmanuel Zorg)


Uma raça extraterrestre, os Mondoshawans, regressa a um templo no Egipto, em 1914, para levar quatro pedras, representando os quatro elementos, que consideram não estarem ali seguras. As pedras serão vitais para repelir o ataque das forças do Mal, previsto para dali a 300 anos.

Nova Iorque, 2214, os Mondoshawans voltam à terra mas são impedidos de cumprir a sua missão. Entretanto, as forças malignas, na forma de uma gigantesca esfera de anti-matéria do tamanho de um pequeno planeta, preparam-se para exterminar toda a vida terrestre. O padre Cornelius (Holm), seguidor de uma religião fundada pelos Mondoshawans previne que a batalha só será ganha juntando o quinto elemento aos outros quarto.

Um ser humanóide, Leeloo (Jovovich), é criado a partir de um Mondoshawan. Em fuga, vai cruzar-se com o motorista de táxis Corben Dallas (Willis). As forças do Mal têm um aliado na Terra - Zorg (Oldman) -, que por sua vez recorre aos serviços de uma raça extraterrestre pouco civilizada, e de aspecto canídeo, os guerreiros Mangalore. Zorg, os Mangalore, Dallas - entretanto contactado pelo seu ex-comandante, o General Munro (James) -, Leeloo e Cornelius: todos lutam pela posse dos quatro elementos.

O Quinto Elemento» é uma comédia antes de outra coisa qualquer. Depois estão os efeitos visuais, ou o centro e o fim último das grandes produções pós-segunda metade da década de 90. Os excelentes planos aéreos da cidade combinam estas técnicas em diversos planos. A sequência de três planos do salto de Leeloo comporta miniaturas num primeiro plano e num plano intermédio, pinturas matte bidimensionais em fundo, e planos intermédios preenchidos com CGIs. Segundo relataram os profissionais que trabalharam nos efeitos especiais, este método possibilita uma riqueza visual fora do comum. Num plano incluiu-se uma perseguição e tiroteios em fundo, num nível muito complicado de alcançar a olho nu se a atenção não estiver para aí virada. Uma outra cena incluirá, no canto inferior direito da imagem a conexão de um apartamento, explicando a sua construção modular. Mark Stetson, supervisor dos efeitos especiais diz que "isso foi só para os fans do laser disc&quot.

É sem dúvida um filme a ver com prazer. Quando chegar o momento de sentimentalismo despropositado pense noutra coisa. Mas quem sabe faça parte da piada...
Valdecir A. Zöhler, Acadêmico do 2º semestre do curso de Filosofia da PUCRS.

4 de julho de 2008

O Santo Padre Bento XVI

"Salve, Santo Padre, vivas tanto mais que Pedro!

Desça, qual mel do rochedo,

A bênção Paternal!"

2 de julho de 2008

RATZINGER, Joseph. Jesus de Nazaré. Primeira Parte: do Batismo no Jordão à Transfiguração.

Em Jesus de Nazaré, Joseph Ratzinger procura mostrar a figura central do cristianismo, Jesus de Nazaré, a partir de um ponto principal: o retrato do Jesus dos Evangelhos, tal como viveu sobre a terra, trazendo Deus ao homem, e a partir de Deus, a imagem correta do homem.

A imagem de Jesus, em Jesus de Nazaré é construída a partir da sua comunhão com o Pai, sem a qual nada se pode compreender a seu respeito. Um outro ponto de apoio do autor é a unidade da Escritura como um dado teológico: o Antigo e o Novo Testamento pertencem um ao outro e Jesus Cristo é a chave do conjunto que dá unidade, pressupondo uma decisão de fé que traz junto a si uma razão histórica.

Definindo sua obra não como um ato magisterial, mas fruto de sua busca pessoal pelo rosto do Senhor (Sl 27,8), o autor pede em seu prefácio um adiantamento de simpatia, para uma maior liberdade de compreensão da figura única de Jesus de Nazaré.

De forma introdutória, J.Ratzinger lança um primeiro olhar sobre o mistério de Jesus, traçando um paralelo entre Ele e Moisés. Em Jesus, cumpre-se a promessa do novo Moisés: Ele vive na mais íntima unidade com o Pai, não apenas como “amigo”, mas como “Filho”, e que por isso pode dar a conhecer o Pai (cf. Jo 1,18; Jo 14,9).

Os capítulos 1 e 2 tratam, em uma visão de conjunto, do batismo de Jesus no Jordão por João Batista e das tentações de Jesus, respectivamente. No batismo, João o apresenta como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, iluminando o mistério do batismo cristão a partir do seu caráter teológico a partir da cruz. A descida do Espírito Santo sobre Jesus, fruto imediato do batismo institui formalmente o seu ministério. A partir de então, Jesus está definitivamente subordinado à sua missão salvadora e é levado pelo mesmo Espírito ao deserto para ser tentado pelo demônio (Mt 4,1): é uma luta pela sua missão contra as deturpações desta missão: “A missão consiste em descer aos perigos do homem, porque só assim pode o homem caído ser levantado: Jesus (isso pertence ao cerne da sua missão) deve penetrar no drama da existência humana, atravessá-la até seu último fundo, para encontrar a ovelha perdida, coloca-la em seus ombros e leva-la para casa” (p. 40).

O capítulo 3 contempla o início do anúncio do Evangelho por parte de Jesus, e o centro deste anúncio é o Reino de Deus, que está “próximo” (Mc 1,14s). O autor explica o Reino em três dimensões a partir dos Padres da Igreja:

- dimensão cristológica: Jesus como o Reino de Deus em pessoa – “autobasiléia”;
- dimensão idealista ou mística: vê o Reino essencialmente na interioridade do homem;
- dimensão eclesiológica: que vê o Reino próximo à Igreja, mas colocados de um modo
distinto um em relação ao outro.

O tema do Reino de Deus só é compreendido a partir da totalidade da pregação de Jesus, que tem Deus como centro. Mas precisamente porque Jesus é o Filho, “toda a sua pregação é mensagem do seu próprio mistério, a cristologia, isto é, discurso acerca da presença de Deus na sua própria ação e no seu próprio ser” (p. 70).

No capítulo 4 - o Sermão da Montanha – vamos encontrar o conteúdo da pregação de Jesus desenvolvido em profundidade, e dividido em duas partes: as bem-aventuranças, e a Tora do Messias. Destaca-se a esta altura o comentário do autor a respeito da obra que trata do “diálogo” do rabino e crente judeu Neusner com Jesus (A Rabbi talks with Jesus. An Intermillenial interfaith exchang . Doubleday, 1993). No Sermão da Montanha, Jesus não está entre nós como rebelde ou liberal, mas como o intérprete e profeta da Tora, que a cumpre “na medida que indica à razão que atua historicamente o seu lugar de responsabilidade” (p. 120).

A Oração do Senhor, o Pai-Nosso, ocupa o capítulo 5 de Jesus de Nazaré, sendo apresentado como a verdadeira forma de rezar. No Pai-Nosso rezamos ao Pai a partir da comunhão com Jesus: com Cristo ao Pai pelo Espírito Santo (oração trinitária).

Os capítulos 6 e 7 ocupam-se de dois temas bíblicos importantes: os discípulos (cap. 6), e a mensagem das parábolas (cap. 7), dividido este em duas partes: essência e finalidade das parábolas e as três grandes parábolas de S.Lucas – a história do samaritano (Lc 10,25-37); a parábola dos dois irmãos (Lc 15,11-32); e a narração sobre o homem rico e o pobre Lázaro (Lc 16,19-31).

Em seu capítulo 8, J.Ratzinger volta nossa atenção para um olhar mais atento ao Evangelho de S. João. Nele, não ouvimos parábolas, mas grandes discursos simbólicos que vão traçando o caminho de Jesus até Jerusalém, em uma cristologia explícita e bastante desenvolvida, onde a divindade de Jesus aparece claramente. As quatro grandes imagens encontradas no quarto evangelho são trabalhadas teológica e liturgicamente, ligando esse caminho de Jesus com as grandes festas judaicas. Essas imagens sacramentais são: a água, a videira e o vinho, o pão e o pastor. Neste sentido, os próprios discursos de Jesus remetem para o “sacramento” (p. 208).

A confissão de Pedro e a Transfiguração de Jesus são os dois temas do capítulo 9, colocados como importantes balizas no caminho de Jesus e dos discípulos. É, de fato, aqui que Jesus põe a pergunta sobra a sua pessoa e a sua missão (Mc 8,27-30; Mt 16,13-20; Lc 9,18-21) e que, através da sua transfiguração “explica e aprofunda a confissão de Pedro e ao mesmo tempo faz sua ligação com a morte e a ressurreição de Jesus (Mc 9,2-13; Mt 17,1-3; Lc9,28-36)” (p. 247).

O último capítulo da obra (capítulo 10), trata das auto-afirmações de Jesus, das auto-designações de Jesus que encontramos nos Evangelhos: “o Filho do homem”, “Filho de Deus” e “Eu Sou”. São palavras em que Jesus simultaneamente oculta e desvenda o seu mistério, mostrando ao mesmo tempo seu enraizamento no Antigo Testamente e sua originalidade na qual aparece como de importância central a palavra “Filho”, que corresponde à aclamação “Abba-Pai” (p. 298).

Em Jesus de Nazaré, o autor nos coloca sobretudo em contato com o rosto bíblico de Jesus, para a partir dele, nos por a caminho no discipulado. Esse é o caminho da glória, mas que passa necessariamente pela cruz, convidando-nos a percorrer o caminho do conhecimento do Senhor em nossas vidas, a partir da figura central do homem Jesus, que a primeira comunidade soube acolher em toda a sua novidade própria, confessando-o Senhor e Cristo.

Pe. Magnus Camargo
Mestrando em Teologia – PUC/RS

Celebração e Recolhimento com Pe. Dinno



SÓCRATES: ENTRE O MITO E A RAZÃO

Este foi o tema que escolhi para o meu trabalho da disciplina de Seminário Ι. O que me motivou a escolher este tema?

A princípio foi porque se trata de um dos principais filósofos da Grécia Antiga, e um dos mais importantes ícones da tradição filosófica ocidental. Através de seu método hipotético dedutivo, que Sócrates utiliza para persuadir seus interlocutores, no diálogo platônico O Fédon, que é utilizado até os dias de hoje, e fundamenta-se em 3 princípios: A Hipótese, o qual toma-se um princípio como verdadeiro, e retira-se as conseqüências que dele discordam. A Argumentação, no a justificação de um princípio faz-se pela recondução a um mais elevado. E por fim a Conclusão, onde não se pode confundir os princípios com suas conseqüências, pois ao assumir as premissas como verdadeiras (as hipóteses), logo a conclusão que deriva delas, também deve ser verdadeiras.

Um dos principais objetivos dos filósofos gregos era desmistificar os deuses, procurando dar uma explicação racional aos fatos que ocorriam no mundo. O ponto de partida de suas reflexões filosóficas eram os sonhos, que segundo os gregos era revelação dos deuses e por ser revelação dos deuses, acabavam tornando-se mitos, o que de certa forma assustava as pessoas.

Sócrates ao procurar desmistificar os sonhos através de suas reflexões filosóficas utiliza-se deste método, para persuadir seus interlocutores a respeito de suas Idéias de Geração de Contrários, da Reminiscência, da Natureza da Alma, da Teoria da Participação, e do Mito do Julgamento e do Destino das Almas. Ao final do diálogo platônico do Fédon, Sócrates antes de beber a cicuta, não consegue através de seu método comprovar de forma clara e objetiva a seus interlocutores Símias e Cebes, suas idéias a respeito da Imortalidade da Alma. E como “bom filósofo”, recorre novamente aos mitos para explicar as suas idéias.

Diante desta situação indaguei-me:- Como a razão humana, representada na pessoa de Sócrates tem limites, e que ela mesma não consegue explicar-se de forma racional? Onde encontrar uma explicação para alguns fatos, se a razão humana é incapaz?

Diante destas perguntas, o caminho percorrido por Sócrates parece ter sido o mais correto, pois reconheceu a sua pequenez diante dos deuses, e esteve aberto para as suas revelações, os sonhos.

Para que nós estudantes de filosofia, também estejamos abertos à revelação de Deus em nosso meio universitário, e em nossa vida de seminário, para que possamos fazer não a nossa vontade, mas a vontade de Deus!

Valdecir A. Zöhler, 1º Ano

Ano Paulino

Nossos olhos se voltaram, no dia vinte e oito de junho, para a Basílica papal de São Paulo fora dos Muros em Roma, onde o Santo Padre Bento XVI abriu oficialmente o ano jubilar 2008-2009 em comemoração ao bimilenário ano do nascimento do Apóstolo das Nações, São Paulo.

Paulo nasceu em Tarso na região da Cicília, Ásia Menor, atual Turquia, provavelmente entre os anos 7 e 10 d.C. numa família judaica e foi criado dentro das exigências das tradições judaicas paternas (Gl 1, 14). Era um homem profundamente religioso, judeu praticante, irrepreensível na observância da Lei. Ideal este que o animou durante aproximadamente os primeiros 28 anos de sua vida.

De perseguidor dos cristãos tornou-se o seu maior evangelizador, após a queda no caminho de Damasco. Quando Aquele a quem perseguia o cercou com grande luz a ponto de o deixar cego (At 22,4-21). A conversão de Paulo para Cristo significou uma mudança radical na sua vida, mas não foi uma “troca de Deus”, Paulo continuou fiel a Deus e a seu povo tornando-se então apóstolo por vocação, não por auto candidatura ou encargo humano, mas por chamado divino.

Seu nome aparece como autor de 13 Cartas do Novo Testamento, escritas a diferentes comunidades, ao longo uns cinqüenta anos, a saber: Romanos, Gálatas, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios, Filipenses; Filémon; 1 e 2 Timóteo, Tito, Efésios, Colossenses.

Abrindo o Ano Paulino o Santo Padre motiva que se tenham iniciativas diversas de cunho litúrgico, cultural, ecumênico, pastoral e também social para a comemoração deste ano dedicado a este grande Apóstolo que “combatendo o bom combate, terminando a corrida e guardando a fé” (2 Tm 4,7) é motivo de alegria para a Igreja de Roma que segue seu exemplo e testemunho como anunciadora da Boa Nova.

Encerrando sua homilia na solene Celebração Eucarística de abertura deste ano jubilar o papa nos recorda e exorta: “Há um aspecto especial que deverá ser cuidado com particular atenção durante a celebração dos vários momentos do bimilenário Paulino: refiro-me à dimensão ecumênica. O Apóstolo das Nações, particularmente comprometido em levar a Boa Nova a todos os povos, prodigalizou-se totalmente pela unidade e pela concórdia de todos os cristãos. Queira ele guiar-nos e proteger-nos nesta celebração bimilenária, ajudando-nos a progredir na busca humilde e sincera da unidade plena de todos os membros do Corpo Místico de Cristo. Amém!”.

Douglas Carré, 1º Sem.

DICA DE LIVRO: IMAGENS E SÍMBOLOS: Ensaio sobre o simbolismo mágico religioso (Mircea Eliade)

Mircea Eliade é um pesquisador das religiões, e em muitas delas ele descobre elementos comuns, por exemplo: a imagem do centro como segurança; o culto é sempre o centro do mundo; o mito do paraíso perdido; o tempo como elemento a se superado pela eternidade; a água como simbolismo do novo nascimento, etc.

Mircea Eliade reflete o que poderia ser a causa deste fenômeno, e concordando com outros autores como Carl Gustav Jung e Paul Ricouer, encontra no símbolo e na imagem um arquetípo (inconsciente coletivo da humanidade) o ponto de aproximação das religiões. Para Eliade. “o pensamento simbólico faz parte do ser humano; é anterior à linguagem e à razão discursiva. A imagem, os símbolos, os mitos não são criações irresponsáveis do psiquismo mas correspondem a uma necessidade e preenchem a função de revelar as modalidades do ser. Estudá-los nos leva a conhecer o homem, o ‘unicamente homem’, isto é, aquele que ainda não compôs com as condições da história.”

A intenção de Mircea Eliade é descobrir uma estrutura simbólica da humanidade que configura o seu pensar religioso. Contudo, não quer transformar a religião em antropologia, mas explicitar os dados antropológicos da fé.

Eliseu Oliveira, 5º sem.

Pedro e Paulo com Coragem e Fé


Esta minissérie épica da televisão norte-americana traz à vida a existência precária do inicio do cristianismo. O novo movimento é cercado por uma violenta oposição e dois importantes líderes emergem, Pedro e Paulo, que lutam para manter a fé viva. Esta apresentação dramática acompanha os dois, juntos e separadamente, através de três importantes décadas da história da humanidade.

Pela primeira vez em DVD, a aguardada série épica que traz a igreja do Novo Testamento à vida. Esta produção distinta, estrelada por Anthony Hopkins e Robert Foxworth, captura a vitalidade, intensidade e humanidade de duas pessoas que foram incumbidas por Cristo com a maior responsabilidade da história, levar a religião para todo o mundo. Durante a sua jornada, eles enfrentaram uma violenta oposição e resistiram a incríveis torturas, e testemunharam a divina intervenção de Deus. Baseado nas Escrituras de e sobre Pedro e Paulo, nós vemos como eles foram guiados por uma visão celestial para um diferente tipo de mundo. Eles pagaram um preço terrível pela sua devoção, Pedro foi crucificado e Paulo decapitado, mas as suas contribuições transcenderam a crueldade dos inimigos para se tornarem pilares importantes da igreja Cristã e da civilização ocidental.
Vale a pena assistir!

Everton de Souza, 5º Sem.

5 de junho de 2008

Seminário Maior São João Maria Vianney - Diocese de Cruz Alta


Formação sobre Organização e Administração Diocesana com César Régis


César Régis é Contador da Diocese de Cruz Alta

ISABELA... O QUE TUA HISTÓRIA QUER NOS ENSINAR?


Quando a Redo Globo noticiou a morte de uma menina que havia caído de um apartamento em São Paulo, o espaço midiático foi pequeno. Ainda não havia suspeitos. Quando o pai e a madrasta tornaram-se os principais suspeitos, toda a sociedade ficou pasmada. A histórica da morte de Isabela indignou pela possível futilidade que levou a uma ação cruel contra uma filha indefesa.

Na tragédia grega temos a história de Medeia, uma mulher que, para se vingar do marido, mata os próprios filhos. A idéia de matar outrem satisfazer uma vontade de um “eu” ferido passa toda a história da humanidade. Até na Bíblia encontramos esta idéia, na história de Caim que mata Abel porque este lhe tomara o lugar aos olhos de Deus. Esse pensamento também se encontra na filosofia.

A filosofia é pensar na tentativa de explicar o mundo racionalmente. Pensar é ordenar, é dar um sentido, é organizar os objetos dentro de uma lógica coerente, criar um sistema que explica e se explica por si mesmo: uma totalidade. Totalidade significa o conjunto de objetos pensados e experiências vividas de um sujeito que pensa: Heidegger chamará de mundo esse horizonte onde o sujeito encontra sentido, ordem, explicação.

Ao pensar o outro, o outro entra no esquema em que a racionalidade o prende dentro de uma ordem imposta pelo sujeito que pensa (conceito). Quando pensamos o outro, o outro deixa de ser alguém e se torna algo, algo que é explicável dentro de um sistema lógico-conceitual. Pensar o outro é subjugá-lo, é tirar-lhe o direito de se outro, um “não-eu”.

Levinas dirá que o outro é anterior a ação do pensamento do eu que pensa, e no mundo do eu pensante aparece como inexplicável e questiona, interpela e desinstala este mundo do sujeito, que é o horizonte onde o eu encontra sentido. O outro sempre está para além do que se possa dizer o que ele é, seu rosto é presença de uma exterioridade metafísica (meta: além; fysis: mundo). O outro é a eterna presença do mistério. Levinas não diz, mas podemos dizer que o outro é a revelação de Deus.

A voz do outro é a sua manifestação mais completa como outro, seu clamor questiona a totalidade, sua voz é sempre provocação e convocação para o serviço Vivemos uma sociedade em que a voz do outro não é ouvida.

Uma ética que parta não do eu que pensa, mas da necessidade real do outro que exige que se cumpra o seu direito de ser outro, de existir com dignidade, é algo que nossa sociedade urgentemente precisa.

Eliseu Oliveira; 5º sem. Filosofia; PUC/RS

A internet e o estudante


A sociedade pós-moderna implicou em várias mudanças no nosso dia-dia, como por exemplo, a internet, que esta cada vez se expandindo no mundo. Precisamos saber até onde ela nos ajuda e nos atrapalha.

A tecnologia na área da internet mais especificamente, ouve avanços extraordinários, como a capacidade de você estar interligado com o mundo inteiro, saber de tudo e de todos com um clic, só basta ter acesso a ela.

Mas será que estamos preparados adequadamente para usá-la?

Na vida do estudante não poderia ter alga melhor para ser desenvolvido, porque você tem acesso resumidamente a todos ou quase todos os tipos de informações e pesquisas que se deseja.

Essa tecnologia tem uma capacidade muito grande de trazer informações rápidas para uma aprendizagem e entendimento, porém para o desenvolvimento da criatividade ela não é muito recomendada.

Para os que usam há pouco desenvolvimento de se criar algo diferente; pois é possível copiar, então a internet não faz você pensar, somente aceitar;mas com uma capacidade de pesquisa e verificação, torna-se uma ferramenta importante e muitas vezes precisas.

Joceli Machado; 1º Sem. Filosofia

2 de junho de 2008

INTERNACIONALIZAR A AMAZÔNIA, POR QUÊ?

Esse assunto ressurgiu após cochilar 7 anos, em jornais internacionais, após pedido de renuncia da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltavam não apenas a importância da Amazônia para o Brasil, mas num tom de que ele não era exclusivamente dos brasileiros. Diante disso, se nem os brasileiros tem livre acesso aos países de primeiro mundo, por que socializar a Amazônia ao mundo?

Basta recordar a Campanha da Fraternidade de 2007, para saber de sua importância ao Brasil e ao mundo, por possuir uma riqueza enorme a começar pelos recursos naturais como a fauna e a flora, potencial hídrico e pelas recentes descobertas de minerais nesta região, como ouro, a prata, o diamante, o petróleo, além de sua floresta ser a única a estar localizada na linha do equatorial, sendo além das geleiras e das algas marinhas, é um dos termômetros do planeta Terra.

Ao observarem esse paraíso, que é a Amazônia, outros países e pessoas conhecidas internacionalmente, ficam fascinados, surgindo a cobiça e a ganância em seus corações, a fim de apropriar-se dele, não permitindo que ele seja exclusivo dos brasileiros, procurando meios para exercer sobre ele um domínio econômico, a fins de enriquecer-se, como a exemplo de Portugal, na época do Brasil Colonial, explorou do Brasil todo ouro a que se deu o direito explorar, a fim de satisfazer seus interesses comerciais com outros países europeus.

Percebe-se que diante do fascínio e do encanto, está de outro lado a cobiça e a ganância. Ao colocar-se na pessoa do novo Ministro do Meio Ambiente Brasileiro Minc, podemos questionar se os países e as pessoas famosas, por que socializar a Amazônia ao mundo? Se diante disso, os países de primeiro mundo, colocam inúmeras barreiras comerciais, econômicas, políticas, alfandegárias e imigratórias aos países de terceiro mundo, do qual enquadra-se o Brasil, por que então o Brasil socializar a Amazônia, sendo ela apenas objeto de seus prazeres?

Parece-me que, é muito fácil exigir atitudes comprometedoras de uma nação, sobre um bem tão precioso que é a Amazônia, enquanto outros países esquivam-se de fazer algo para facilitar as relações sociais e diplomáticas com os países de terceiro mundo.

Valdecir Antônio Zöhler; 1º sem. Filosofia PUC/RS

SER PADRE?

Eu padre? Porque não! Sou o caçula de uma família Católica. Tive uma adolescência como os demais jovens de minha comunidade e de minha faixa etária, indo todos os dias para o colégio, onde lá se tornou o ponto de encontro para muitos de nós. Estudei sempre em escola pública, a


primeira escola foi na comunidade onde minha mãe foi a professora e assim foi indo até o ensino médio onde estudei na Escola Laura Klaudat, no município de Tunas. Desde cedo tive contato com a igreja, devido a minha família que participava nas missas, e também auxiliava na comunidade.

Sou Everton Marcos de Souza, natural de Tunas da paróquia Nossa Senhora da Conceição e da comunidade Santa Terezinha, e foi assim participando, em minha comunidade e engajado na liturgia e catequese que os poucos me despertaram a conhecer uma vida diferente, quem sabe, por que não a ser padre!

Refletindo sobre meu futuro pensei em seguir a vida de educador como minha mãe, até tive uma experiência, onde trabalhei com a educação de jovens e adultos, num projeto de alfabetização da época, mas notei que aquilo não me completava. Algo faltava para me realizar e foi aí que optei em conhecer o seminário. Meu primeiro contato neste chamado foi em Cruz Alta onde com mais cinco jovens prestamos o Propedêutico, que é um ano para o discernimento vocacional e também para refletir se é isto mesmo que você quer. Após, passei a estudar em Viamão, no curso de Filosofia pela PUC-RS, onde estou este ano com a graça de Deus, concluindo mais esta etapa. Em Viamão conheci muitos outros seminaristas, os quais buscam o mesmo ideal de ser padres e primeiramente em serem jovens de Deus e de Oração, conduzidos pelo Espírito Santo, que é o fermento para a nossa vocação. Nos finais de semanas realizo atividades pastorais em paróquias de Porto Alegre. E o ano que vem estou ansioso para então dar mais um passo a este chamado, indo para a Teologia.

Everton Marcos de Souza; Seminarista da Diocese de Cruz Alta.
5º Semestre de Filosofia; PUC/RS.

8 de maio de 2008

Pentecostes: Um verdadeiro avivamento


Pentecostes é o símbolo do Cenáculo, onde os apóstolos se reuniram pela primeira vez à espera doEspírito Santo, que é o inspirador de todos os seus trabalhos na igreja. Ela é conduzida pelo sopro inspirador, compartilhando o amor em Cristo. O 50° dia após a páscoa é considerado o dia de Pentecostes.

É o Espírito Santo que faz o homem velho, cheio de preconceitos, a tornar-se um homem novo e renovado.

Segundo o Catecismo é no dia de Pentecostes que se realiza a efusão do Espírito Santo, repletos do Espírito Santo, os apóstolos começam a proclamar as “maravilhas de Deus”, (At. 2,11), e Pedro começa a declarar que esta efusão do Espírito é o sinal dos tempos messiânicos.

Nós cristãos somos também convidados a fazermos acontecer dia-a-dia em nossas comunidades um novo avivamento, ou seja, um novo Pentecostes. No dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre os apóstolos, “reunidos no mesmo lugar”( At. 2,1), esperando-o, “todos unânimes, perseverantes na oração” (At. 1,14). O Espírito, que ensina a igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse vai também formá-la para a vida de oração. A oração tem seu carisma, que é um dom, um presente,uma graça recebida do Espírito Santo, é a capacidade que o Espírito nos dá para orarmos como Deus deseja, como lhe convém, (Romanos 8,26).

O Papa João Paulo II, dizia: "O Espírito é o único que pode ajudar às pessoas e as comunidades a libertarem-se dos velhos e novos determinismos, guiando-os com a lei do espírito que dá a vida em Cristo Jesus"

Com o batismo, tornamo-nos templos do Espírito Divino. Graças à força do Espírito que habita em nós, o Pai e o Filho vêm também habitar em cada um de nós. É o Dom do Espírito Santo que: Nos eleva e assimila a Deus em nosso ser e em nossas ações; Nos permite conhecê-lo e amá-lo; Faz com que nos abramos às divinas pessoas e que estas fiquem em nós.

A vida do cristão é uma existência espiritual, uma vida animada e guiada pelo Espírito para a santidade ou perfeição da caridade.Graças ao Espírito Santo e guiado por Ele, o cristão tem a força necessária para lutar contra tudo o que se opõe à vontade de Deus.

Everton M. de Souza, 5º Sem. Filosofia

O TRABALHO COMO DIMENSÃO DA CORPOREIDADE


Dos seres existentes (ser humano, plantas, animais, minerais, vírus e bactérias), somente a pessoa humana é capaz de questionar o seu modo de viver, podendo transformar o mundo por sua ação no mundo, ação essa que chamamos de trabalho.

A abelha não trabalha, o joão-de-barro não trabalha, a formiga não trabalha. Esses animais realizam uma atividade inerente a sua natureza. É inconcebível uma formiga que não construa o seu ninho, um joão-de-barro que não faça sua casa, uma abelha sem colméia. Sempre será assim. Esses animais não podem ser diferentes, não tem liberdade, não podem questionar o seu modo de viver ou aperfeiçoar sua ação no mundo. Só o ser humano trabalha, porque é capaz de criar e recriar o seu mundo, projetar, e assim suprir suas necessidades imediatas e futuras.

O ser humano não é somente seu corpo. É também psique (razão e emoção) e possui uma alma (que desperta sua sede de infinito, que faz com que nada no mundo possa satisfaze-lo plenamente).

A dimensão do corpo, da corporeidade, é o lugar onde se repõe as energias para que se possa pensar, emocionar-se e louvar o criador. Para nós cristãos, o corpo é um lugar sagrado, é templo do Espírito Santo. É condição salvífica (“porque tive fome e me destes de comer, sede e me destes de beber” Mt 25, 35).. Os gregos desprezavam o corpo (soma) porque acreditavam que era a prisão (sema) da alma (psiqué). Os judeus e cristão devolveram a dignidade ao corpo. O corpo tem importância porque será ressuscitado.

Somente o trabalho supre as necessidades corporais. O trabalho obtém o alimento para o corpo. Se alguém não produz o alimento, se alimentará de alguém que produziu, que trabalhou. Não podemos, contudo, reduzir o trabalho à produção de alimentos. O trabalho é, sobretudo, um serviço (uma diakonia), uma troca em que a vida em uma sociedade pode manter-se, cada qual exercendo uma função dentro das variadas atividades.

Sabemos que essa pretensa harmonia social não é uma realidade concreta. Há, hoje, muitas pessoas sem trabalho e sem poder cuidar de sua dimensão da corporeidade (tem fome, sede). Há salários injustos. Há pessoas que exploram o trabalho dos outros. Há pessoas trabalhando na ilegalidade.

Trabalhamos, recriamos o mundo constantemente, não nos acomodamos ao mundo porque somos seres inconclusos, em processo de construção, um projeto para o infinito. Trabalhar é realizar-se como ser humano e como ser social, é também possibilitar a vida humana.

Eliseu Oliveira, 5º Sem. Filosofia

LIMITE VERTICAL

Gênero: Aventura
Tempo: 131 min.
Lançamento: 2000
Lançamento DVD: Outubro de 2003
Classificação: 12 anos
Distribuidora: Columbia

Peter Garrett (Chris O´Donnell) é um jovem alpinista que se afasta de sua irmã e do esporte após a trágica morte do pai em uma escalada. Três anos depois, a equipe de sua irmã fica presa na K2, a segunda montanha mais alta do mundo. A 8 mil metros de altitude e com temperaturas muito baixas, eles sobreviverão por pouco tempo. Para salvá-los, Peter terá que organizar uma expedição de resgate, enfrentar seus próprios limites, as forças da natureza e um dos picos mais temidos do mundo. Está formado o tripé: um aventureiro desonesto, uma intrépida alpinista e seu pacato irmão. Nem é preciso dizer que há uma tensão familiar no ar que precisa ser resolvida. Clichês acontecerão como avalanches.

Valdecir Zöller, sem.1º ano Filosofia

Liturgia das Horas: celebrar a luz pascal sob o signo da luz do dia


Para nós cristãos, viver é orar sem interrupção. Rezamos em horas determinadas, de manhã, ao meio-dia e à tarde, com salmos, hinos e leituras, seguindo o ritmo do dia. É o que chamamos de liturgia das horas, uma rica oportunidade para nos mantermos em sintonia com o mistério Pascal de Cristo celebrado na Eucaristia, fonte e ápice da vida eclesial.

Este livro do Pe. Valeriano Santos Costa, presidente da ASLI (Associação dos liturgistas do Brasil), “Liturgia das Horas: celebrar a luz pascal sob o signo da luz do dia”, vem nos fazer como que um convite ao aprofundamento da liturgia das horas e também um esforço de redescoberta do valor dos salmos para a espiritualidade cristã.

“Quando cai a tarde, ao amanhecer e ao meio-dia, te cantamos, te bendizemos, te damos graças e te suplicamos. Oh! Mestre de tudo! Oh! Senhor e amante da humanidade! Guia nossas orações retamente como uma oferenda de incenso diante de ti; não permitas que os nossos corações sejam dirigidos por palavras e pensamentos de pecado, e livra-nos dos que perseguem as nossas almas. Pos a glória, a honra e a adoração se devem a ti, Pai, Filho e Espírito Santo, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém.” (Oração de entrada das vésperas bizantinas).

Podemos encontrar este livro nas livrarias Paulinas ao preço de R$ 11,30.
Boa Leitura.

Douglas Carré, sem. 1º ano da filosofia.

7 de abril de 2008

Celebração de Posse do novo Reitor do Seminário São João Maria Vianney de Viamão

Dom Friedrich Heimler e Pe. Magnus Camargo



Momento da Confraternização


Participação do Coordenador de Pastoral,

Pe. Marcos Denardi

5 de abril de 2008

A FILOSOFIA E SUAS IMPRESSÕES PRINCIPAIS

Diante do mundo acadêmico filosófico, os calouros ou principiantes encontram a princípio inúmeras dificuldades como a abertura de horizontes e mentalidades, consequentemente leva-os a questionar-se a esse respeito, com isso conhecem diferentes caminhos e acaba exigindo uma postura responsável diante desta realidade.

A princípio, no mundo filosófico precisa-se do espanto, que sem o qual ela não acontece. Com o espanto caem por terra as opiniões preconceituosas que o principiante carrega em seu ser, que apenas confunde a sua visão crítica da realidade, que o cerca, exigindo uma abertura de horizonte e de mentalidade, pois o que afirma não se sustenta logicamente.

Dado este importante passo, o principiante lança-se ao diferente, ao desconhecido, isso o leva a pensar, a raciocinar e a descobrir caminhos, maneiras e formas de chegar a uma solução, ou seja, ao conhecimento. Antes de concretizar este passo, é necessário o calouro questionar-se, interrogar-se insistentemente, com o objetivo de encontrar explicações para tais espantos, será inevitável o surgimento de dúvidas, que precisam ser eliminadas, através da reflexão e do questionamento, a fim de clarear o seu entendimento e prosseguir no caminho começado, desde que esteja de acordo com o seu ideal, partindo sempre de um raciocínio lógico.

Para entender isso, é preciso deixar envolver-se pela verdadeira filosofia e obviamente estar dentro dela. Para que, o principiante chegue a este estágio, é necessária uma postura responsável, ou seja, uma busca pelo saber crítico que o leva a questionar-se e a duvidar das questões obvias, que o leva a verdadeira filosofia, já que as filosofias do cotidiano, na maioria das vezes são vulgares e até mesmo exóticas que podem levar os principiantes a desviar-se do caminho correto, que é chegar ao conhecimento.

Valdecir Antônio Zöhler , 1° Sem.

4 de abril de 2008

Realizamos algumas questões e entrevistamos dois colegas seminaristas e acadêmicos do curso de Filosofia, a cerca da disciplina Filosófica

Douglas Carré
Seminarista Diocesano e Acadêmico da PUC – Viamão, cursando o 1º Semestre de Filosofia.

Jornadas Filosóficas: Faremos agora umas perguntas ao Douglas. Algumas perguntas relacionadas à Filosofia. Primeira pergunta Douglas: o que é ser Filósofo? Você se considera um e por quê?

DOUGLAS: Diz-nos a própria palavra, filosofia, philos, philia, amizade, amigo, e sophia é a sabedoria, é o saber, ser amigo da filosofia. Então ser filósofo é ser esse amante, esse amigo, esse conhecedor da sabedoria. Ser esse verdadeiro amante. Vamos dizer assim, que tem uma grande estima, uma grande amizade pela sabedoria.

Seremos filósofos, a partir de quando também conseguimos nos espantar com aquilo que é simples. A partir do espanto nasce a filosofia. Às vezes, por trás de algo que é simples, não só às vezes, mas sempre, por trás de algo que é simples, nós também, nos espantando, conseguimos ver toda uma plenitude, todo um outro universo.

Se eu me considero filósofo? Acredito que sim, me considero filósofo, como todos os outros seres humanos que pensam e que conseguem, também, se espantar com o simples.

Jornadas Filosóficas: Por que a filosofia, que já era obrigatória há um tempo atrás, digamos assim, nos anos 50, foi substituída pelas ciências exatas? E por que você acha que ela está voltando, hoje?

DOUGLAS: A filosofia enquanto matéria, ela também provoca, provoca o refletir, ela provoca o questionar-se. Enquanto ela começa a questionar o povo, enquanto ela começa também a fazer com que as pessoas pensem na realidade em que vivem, ela pode se tornar uma grande inimiga do governo. Ela é substituída pelas ciências exatas, porque elas vão neste campo daquilo que realmente, como se diz, é exato - 1 mais 1 é 2, e só – Conseqüentemente a filosofia é substituída em vista disso, para não se induzir ao pensamento, porque seria prejudicial ao governo.

Tendo realmente essa filosofia sendo retirada do currículo, das escolas, dos institutos de formação ou das universidades, ela volta agora porque já se perdeu muito enquanto a filosofia estava fora. A filosofia volta, enquanto também promoção do próprio pensar.

Jornadas Filosóficas: É necessário ensinar a filosofia ou filosofar? Uma acontece sem a outra, a filosofia acontece sem o filosofar? Como?

DOUGLAS: A filosofia enquanto matéria, enquanto um estudo sobre essa filosofia. Penso que é necessário ensinar a filosofia, a matéria filosofia, e a partir dessa filosofia, também, dessa matéria, se ensinar a filosofar.
Como aconteceria isso? Você ensina a filosofar enquanto a filosofia te questiona e não dá a resposta.

Enquanto a filosofia te pergunta “o que é o homem?”, e não te responde como Aristóteles diz: “o ser humano é um animal racional”, e depois ele vem a dizer “o ser humano é um animal político”. A filosofia ensina a filosofar enquanto questiona e não dá a resposta. Ela faz com que você se debruce sobre algo, e também pense, reflita, analisa esse questionamento, essa pergunta.

Eu acredito que é possível você ensinar a filosofia e não a filosofar, por quê? Porque, enquanto você recebe perguntas prontas, respostas prontas, você entende aquilo que é pronto; você não foi questionado, você não foi provocado a buscar respostas. Então, isso é muito fácil. Você realmente consegue. Mas esse ensinar o filosofar sem a filosofia, e também, quem sabe, fica mais um pouco complicado, porque se você realmente questiona, se você realmente busca o conhecimento, se você pergunta ou se você vai a fundo, você tá chegando a essa matéria da filosofia.

Jornadas Filosóficas: Como explicar que um candidato ao sacerdócio, que é o nosso caso, precise fazer, antes, a cadeira de filosofia, ou a faculdade de filosofia?

DOUGLAS: Acredito que a Igreja coloca também como formação básica... A própria filosofia e teologia. A filosofia abre os horizontes. Ainda mais hoje em que vivemos num mundo globalizado. Em que o padre, se depara com várias realidades, com várias situações, com várias correntes de pensamento e é necessário também ele saber debruçar-se sobre isso, saber refletir.

Como a filosofia te abre horizontes, te concede mais conhecimentos, enquanto você também consegue ser um estudante de filosofia. E para trabalhar na sociedade atual, é necessário você ter mais sabedoria, você também saber se debruçar mais sobre os problemas, saber mais filosofar.
É de suma importância para o padre a filosofia.

Jornadas Filosóficas: Na tua compreensão, como a filosofia pode ajudar a solucionar os grandes problemas da humanidade, hoje?

DOUGLAS: Creio que a filosofia, vai muitas vezes à contramão do que a própria sociedade pensa. Vejo que a sociedade ou a humanidade, hoje, tem muitos problemas e a filosofia faz refletir sobre esses problemas. Traça o sentido da reflexão, do debruçar-se sobre, ela vem nesse caminho do ex-plicare, como dizia o latim, do explicar esses determinados problemas.

Penso que um dos grandes problemas da humanidade a ser enfrentado são a miséria e a fome que assola o globo terrestre, mais grave como o continente africano, com muitas regiões onde há muita pobreza. O próprio nordeste é muito castigado pelo clima característico. A miséria, a fome, a má distribuição de renda é um grande problema da humanidade que a filosofia vem a refletir para também solucionar isso.

Como a filosofia refletiria sobre essa questão? Enquanto se questiona as estruturas sociais, políticas, econômicas que nós temos na sociedade atual.



Everton de Souza
Seminarista Diocesano e Acadêmico, cursando o 5º semestre do Curso de Filosofia.

Jornadas Filosóficas: O que é ser filósofo? Você se considera um? E por quê?

EVERTON: Filósofo é aquele sujeito que está “conectado”, está “plugado” no mundo. Está sempre em volta do mundo. E se eu me considero um filósofo? Não porque, penso que, para ser filósofo, deve se ter uma teoria já escrita, um livro, enfim. Deve-se fazer a sua própria teoria. Considero-me como um estudante de filosofia, e não como um filósofo.

Jornadas Filosóficas: Por que a filosofia, que já era obrigatória nos anos 50, foi substituída pelas ciências exatas, isto é, teve mais carga horária de matemática, física. E por que a filosofia está voltando, hoje?

EVERTON: Então, sendo ciências exatas, como você já falou matemática e física, penso a filosofia, como ciência humana, aquela que vem ensinar o homem a pensar, ela volta hoje nesse contexto, para ensinar, já partir de nossas crianças lá na pré-escola a pensar pela sua cabeça, e não aquela teoria que vem de “cima”.

Jornadas Filosóficas: E dentro dessa pergunta também. Por que você acha que por muito tempo ela foi tirada do conteúdo das escolas?

EVERTON: Partindo de Piaget, que fala também nesse contexto, naquela época havia uma educação que não ensinava a pensar, por isso que ela foi tirada. Deu, então, importância ao que? Na matemática, na física, nas ciências exatas, que 5 mais 5 é 10. E a filosofia não, a filosofia ia além, era o medo que eles tinham. De construir uma sociedade construtivista.

Jornadas Filosóficas: É necessário ensinar a filosofia ou filosofar? Isto é, pode-se ensinar a filosofia sem filosofar? Como?

EVERTON: Acredito que não. Então, ensina a filosofia, mas também a teoria, como também os pensamentos dos filósofos, e a partir desses pensamentos você vai criar a sua própria teoria, o próprio pensamento. Uma completa a outra.

Jornadas Filosóficas: Como explicar que um candidato ao sacerdócio, que é o nosso caso, ele precisa fazer filosofia antes da teologia, para depois exercer o seu ministério?

EVERTON: O próprio Papa Bento XVI nos exorta a importância da filosofia para a formação seminarística, a fim de abrir a mente, para ser um sujeito que não é alienado, que consegue ver todos os ângulos, e para desenvolver uma razoável homilia.

Jornadas Filosóficas: Na tua compreensão, como a filosofia pode ajudar a solucionar os problemas da humanidade hoje. Você consegue citar algum problema que ela possa pensar?

EVERTON: A filosofia vai ajudar o ser humano a ver os problemas que a própria sociedade tem: a fome, o desemprego... e a partir dessa análise você tem que tentar libertar, tentar tirar essas pessoas desta situação ensinar as pessoas que muitas vezes não pensam pela sua própria cabeça, a ter um pensamento próprio.