14 de agosto de 2008

AGOSTO: Mês das Vocações

"Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração..." (Jr 3,15)

Vocação: Um chamado para cuidar da vida


O Pai da criação deu-nos a graça de existir: eu, você, os outros, os animais, as plantas, as estrelas, as galáxias... todos somos filhos do mesmo pai e irmãos de existência.

O nosso Pai comum concedeu ao ser humano um dom especial, que a nenhum outro ser confiou. É o dom da inquietação, da incompletude, da busca de realizar a sua essência que se sacia na transcendência, no estado de amor infinito.

Deus, amando a humanidade, pôs no coração do ser humano, fraco e indefeso, uma vocação (chamado para). O primeiro chamado do Criador foi para a vida. Ninguém escolheu ter nascido, e a existência é um dom que compartilhamos com tudo o que existe no planeta e no cosmos. Os outros chamados, Deus reservou somente para a espécie humana, que é um chamado para exercer um serviço a Deus e aos irmãos e a todas as criaturas: o serviço do matrimônio (para gerar filhos e educá-los na fé, propagando a espécie), o chamado a servir como leigo na comunidade de fé (a Igreja), e o serviço específico para ser pastor (religioso, religiosa, padre) levando ao povo os sacramentos e ensinando pelo exemplo, o povo, a vivenciar o evangelho, construindo o Reino, a Civilização do Amor (Paulo VI).

A recente preocupação com o problema já antigo, a ecologia, faz-nos refletir sobre a sustentabilidade da vida no planta. Percebemos que Deus nos chamou também para cuidar do nosso planeta, nossa casa comum. Somos convocados a nos sentirmos parte desta casa (oikos), e não o seu dono que tem o direito de fazer dela o que quer. Somos chamados para uma ética do cuidado com a vida, como todo o tipo de vida existente.

Vocação é um chamado de Deus para o serviço, para o cuidado com toda a criação, e Deus precisa de nosso sim, que nos conduzirá a felicidade neste mundo e no Reino Definitivo.

Eliseu Lucas Alves de Oliveira
Acadêmico do 6º semestre do curso de Filosofia da PUCRS

13 de agosto de 2008

Dica de livro: Os Tempos Hipermodernos



Em "Os Tempos Hipermodernos", o sociólogo Gilles Lipovetsky mantém sua linha de provocação e debruça-se novamente sobre o homem contemporâneo para atestar nossa transição da fase pós-moderna para a hipermodernidade. Escrito com a colaboração de Sébastien Charles, "Os Tempos Hipermodernos" chega ao Brasil apenas sete meses depois do lançamento na França e explica como a globalização fortaleceu o individualismo, o mercado e o avanço técnico- científico.
Já se disse várias vezes que a pós-modernidade morreu, mas ninguém ate agora havia afirmado de forma tão cabal que ela nem se quer existiria. É justamente o que defende o filósofo Gilles Lipovestsky neste livro. Ele argumenta que desde os anos 50, o mundo vive uma intensificação jamais vista do tripé que sempre caracterizou a modernidade: o mercado, o individuo e a escalada técnico-cientifica. A partir dos anos 80, com o avanço brutal da globalização e das novas tecnologias de comunicação, esse fenômeno – que ele batizou de hipermodernidade – adquire uma velocidade espantosa, passando a interferir diretamente em comportamentos e modos de vida. Mais do que um lance de retórica, o termo hipermodernidade define a situação paradoxal da sociedade contemporânea, dividida de modo quase esquizofrênico entre a cultura do excesso e o elogio da moderação. De um lado, diz Lipovetsky, “é preciso ser mais moderno que o moderno, mais jovem que o jovem, estar mais na moda do que a própria moda”; de outro, valoriza-se a saúde, a prevenção, o equilíbrio, o retorno da moral ou das religiões orientais. O novo tempo precisa de novos conceitos para ser bem mais apreendido e vivido.

Gilles Lipovetsky, nasceu em 1944, em Millau, na França. É um dos principais pensadores da sociedade moderna, e suas teorias causam polemica em todo mundo.
Editora Barcarolla. 2005.
R$ 33,00 em http://www.saraiva.com.br/
Dica de leitura: por Pe Magnus Camargo, Mestrando em Teologia pela PUCRS

Filme O QUINTO ELEMENTO

Título original: The fifth element
Duração: 127 minutos (2 horas e 7 minutos)
Gênero: Ficção científica
Direção: Luc besson
Ano de lançamento: 1997
País de origem: França
Elenco: Bruce Willis (Korben Dallas) Milla Jovovich (Leeloo) Gary Oldman (Jean-Baptiste Emmanuel Zorg)


Uma raça extraterrestre, os Mondoshawans, regressa a um templo no Egipto, em 1914, para levar quatro pedras, representando os quatro elementos, que consideram não estarem ali seguras. As pedras serão vitais para repelir o ataque das forças do Mal, previsto para dali a 300 anos.

Nova Iorque, 2214, os Mondoshawans voltam à terra mas são impedidos de cumprir a sua missão. Entretanto, as forças malignas, na forma de uma gigantesca esfera de anti-matéria do tamanho de um pequeno planeta, preparam-se para exterminar toda a vida terrestre. O padre Cornelius (Holm), seguidor de uma religião fundada pelos Mondoshawans previne que a batalha só será ganha juntando o quinto elemento aos outros quarto.

Um ser humanóide, Leeloo (Jovovich), é criado a partir de um Mondoshawan. Em fuga, vai cruzar-se com o motorista de táxis Corben Dallas (Willis). As forças do Mal têm um aliado na Terra - Zorg (Oldman) -, que por sua vez recorre aos serviços de uma raça extraterrestre pouco civilizada, e de aspecto canídeo, os guerreiros Mangalore. Zorg, os Mangalore, Dallas - entretanto contactado pelo seu ex-comandante, o General Munro (James) -, Leeloo e Cornelius: todos lutam pela posse dos quatro elementos.

O Quinto Elemento» é uma comédia antes de outra coisa qualquer. Depois estão os efeitos visuais, ou o centro e o fim último das grandes produções pós-segunda metade da década de 90. Os excelentes planos aéreos da cidade combinam estas técnicas em diversos planos. A sequência de três planos do salto de Leeloo comporta miniaturas num primeiro plano e num plano intermédio, pinturas matte bidimensionais em fundo, e planos intermédios preenchidos com CGIs. Segundo relataram os profissionais que trabalharam nos efeitos especiais, este método possibilita uma riqueza visual fora do comum. Num plano incluiu-se uma perseguição e tiroteios em fundo, num nível muito complicado de alcançar a olho nu se a atenção não estiver para aí virada. Uma outra cena incluirá, no canto inferior direito da imagem a conexão de um apartamento, explicando a sua construção modular. Mark Stetson, supervisor dos efeitos especiais diz que "isso foi só para os fans do laser disc&quot.

É sem dúvida um filme a ver com prazer. Quando chegar o momento de sentimentalismo despropositado pense noutra coisa. Mas quem sabe faça parte da piada...
Valdecir A. Zöhler, Acadêmico do 2º semestre do curso de Filosofia da PUCRS.