30 de junho de 2007

O “OLHAR” QUE EXIGE RESPONSABILIDADE ÉTICA




“O outro me inquieta, me questiona, me esvazia, me empobrece e me chama secretamente, na sua passagem mesma, na sua visita e na sua partida. Mas chama de modo moral à generosidade e à bondade, pois com ele está o bem que gera em mim o desejo de ser bom, de hospedar e de dar dos meus recursos sem dar jamais suficientemente ...”. (SUSIN, Luiz Carlos – O Homem Messiânico. Uma Introdução ao Pensamento de Emmanuel Lévinas, Co-edição: Escola Superior de Teologia São Lorenço de Brindes (Porto Alegre) e Editora Vozes (Petrópolis), 1984, p. 267).
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Essa intuição do Filósofo Emmanuel Lévinas influenciou muitos autores e pessoas que reconheceram na passagem do “outro”, alguém que exige uma atitude de acolhimento, respeito e reconhecimento. Segundo o autor é o olhar que legitima essa idéia, mas, não qualquer olhar, mas um olhar ético e moral.

Olhando a realidade que nos cerca, vivemos cada dia mais distante uns dos outros. A realidade hodierna é dura, insensível, calculista, indiferente e interesseira. Torna o ser humano apático e anônimo a tudo e a todos. Os valores humanos éticos parecem estar suspensos, cada qual se preocupando consigo, num individualismo exacerbado e nocivo à construção do coletivo.

Precisamos acreditar e apostar que podemos resgatar o humano perdido ao longo dos séculos, por um pensar que concentrou sua energia no ser em detrimento do outro e em relações capazes de nos desumanizar em vez de nos realizar plenamente.

Segundo Lévinas, o bem só pode se instaurar a partir do Outro. O que possibilita a relação de diálogo é o Olhar de acolhimento, rejeição ou totalização. É esse Olhar que me questiona, provoca e exige uma resposta, capaz de estabelecer uma relação subjetiva, mas onde o excesso de ser, responde com o ser-para-o-outro, descobrindo nos vestígios do ser a eleição, expiação e a substituição, inspirada e encarnada para o outro. Esse é o novo modo de ser, sem o excesso de ser, mas disposto ao martírio, nos remetendo ao infinito “eis-me aqui” e ao “envia-me”. Só assim se concretizará essa categoria tão importante na construção do “novo ser humano”, desprendido de qualquer egoísmo e vivendo na gratuidade inigualável.
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Pe. Marcos R. Denardi

A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO




A filosofia tem uma importância muito grande no desenvolver da educação, tanto no jovem como nas crianças. A filosofia propicia que crianças e jovens criem, desde muito cedo, uma quantidade de habilidades e potencialidades por meio do uso da razão, no exercício de filosofar.
A filosofia é, sem duvida, uma disciplina que ensina a pensar e “pensar bem”. Mas o que quer dizer isto? Quer nos dizer que a filosofia é cada vez mais necessária, pois ela se ocupa de pensar no geral, o que nos dará maior “visibilidade” para com as outras disciplinas. Não se trata de querer afirmar que a filosofia é superior às demais matérias, pois todas são importantes quanto a filosofia, na educação de crianças e jovens.
A filosofia não deve ser somente entendida como mais uma matéria, mas como uma contribuição essencial para a compreensão das outras disciplinas, tanto quanto para o “exercício da cidadania”.
Neste sentido a filosofia deve ir para as salas de aula, funcionando como um local para o pensar, conhecer e arriscar-se em criar e descobrir novos conceitos. Assim, pode-se atribuir a filosofia uma identidade em meio ao contexto educacional brasileiro, envolvendo-se em um processo interdisciplinar e pedagógico.
“A filosofia deve integrar todo processo de conhecimento do ser humano. Se for aplicada desde a infância, a pessoa terá melhores condições de entender os fatos que acontecem no mundo, as conseqüências das ações e os possíveis resultados que podem ocorrer no futuro”. ( Prof. Dr. Sílvio Wonsovicz).
Luiz José Bizarello, 3°sem.

FILOSOFIA! PARA QUE SERVE?



Para primeiro sabermos qual é a sua importância, devemos entender o que ela significa e já assim estaremos compreendendo também sua importância.
Philos” significa amigo, o que deseja ou procura e “Sophia” significa sabedoria, saber, conhecimento, então Filosofia é a “Amiga da Sabedoria”.
Ela tem como finalidade quebrar barreiras para que o individuo, através de seu esforço, alcance um estado pleno de felicidade. Faz com que você procure explicações e sentidos, interrogando-se, indagando-se, duvidando de tudo o que lhe cerca.
A Filosofia faz com que não aceitamos de imediato as explicações que são impostas, e sim, que procuramos investigar e encontrar uma solução para cada problema. Torna a pessoa mais crítica, pois é através da “crítica construtiva” que moldamos nosso mundo, as coisas e nossas atitudes.
Nos dá possibilidade de não sermos preconceituosos e já sairmos rotulando os outros, pois rotular não é típico de Filósofo.
Poderia continuar citando outras tantas importâncias, mas o importante é buscar e compreendê-la.

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Everton M. de Souza. 3º sem.

26 de junho de 2007

50 anos do Novo Lar


Seminaristas e assistente nos 50 anos da obra social dos Salesianos em Viamão.

25 de junho de 2007

O QUE SE SENTE PELO OUTRO?


A sexualidade e as paixões fascinam, mas também causam medo, sendo estas causa de atração e desejo. Percebemos algo de interessante e estranho na realidade de jovens de diversos lugares, em suas paixões, atrações, amores. A descoberta do outro faz com que se tenha novos ensaios do corpo, fazendo que desejamos conhecer o outro como ser corporal.
O outro diferente, heterogêneo apresenta-se como possível liberdade de desejos no seu corpo, que oferece, que chama, mostrando qualidade possível de satisfazer o prazer momentâneo.
O desejo de experimentar algo novo, diferente em nosso corpo – com a adolescência – impulsiona-nos a querer buscar experimentar esta nova sensação, pois a mesma torna-se inquietação, mostrando-se turva, molesta e inexplicável. Acorda em nós desejos ocultos, que vagueiam a procura de saciar-se. A cegueira de contemplar o outro, faz com que antecipa-se o desejo de saciar o prazer sem pensar se o mesmo lhe poderá satisfazer totalmente. Ele nos condiciona, visa paixões carnais, sensualidade, amor... mostra-nos o outro como satisfação erótica, e outras tantas como recompensa.
Por outro lado a relação afetiva, amorosa que se tem por alguém nos torna como que encantados, como se tivéssemos visto a “coisa” mais linda do mundo. Esta faz-nos percorrer o caminho passo a passo buscando e esperando ao outro, o tempo não existe. Apenas é um companheiro de viagem, de caminhada, onde não se impõem um estilo de caçada, de querer a qualquer custo, mas uma forma de caminhar lenta e gradativamente a um ideal a ser conquistado.
A paixão e passageira. O amor é eterno. As paixões duram pouco. O carinho, a afetividade ultrapassam o desejo, que por incrível que pareça funciona como que se este deseja-se ser o único ser ontológico existente, sem mais nada a acrescentar na vida de um indivíduo que busca o reconhecimento e a atenção.

Luiz José Bizarello, 3° Sem.

POR QUE DOIS GÊNEROS?


Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.) intuiu que há sempre dois princípios opostos e necessários um ao outro, sendo que, se um existe, o outro também deve existir. Estes contrários formam um todo: portanto, são um. Falaremos, neste texto, de dois princípios distintos, necessários e complementares: o homem e a mulher.
Poderia muito bem existir somente o gênero feminino, ou somente o gênero masculino, com reprodução assexuada. Mas o fato é que há dois gêneros, e este é um problema tão grande quanto a pergunta: “por que existe algo e não antes o nada?”. Testemunhamos, contudo, a existência desse algo (o ser), e agora nos perguntamos: "e por que dois gêneros?"
Vem se configurando uma mudança de paradigma nos conceitos e nos fundamentos. No conceito moderno, a pessoa é parte de um todo (de um sistema, de uma ideologia, de uma instituição). No conceito pós-moderno, a pessoa é um todo, um todo que é egolatra, egocêntrico e narcisista. Isto influenciou incomensuravelmente a maior parte da geração jovem, que dá mais valor à emoção à racionalidade, o prazer pessoal ao compromisso coletivo, ao momento à um processo de crescimento.
Este pensamento subjetivista transferiu-se para a afetividade e a sexualidade. O namoro e o casamento significa comprometimento com o que o outro é, pensar em algo mais do que o momento, pensar na possibilidade de dividir o ônus de uma existência. Todavia, percebemos que o momento atual não propicia nem o namoro, nem o casamento.
O relativismo moral e ético pregado pela pós-modernidade (onde não existe verdade, existe pontos de vista) é a morte da afetividade e a glória do instinto. Quando não há nada que balize as atitudes, quando é o ter, o prazer e o poder que valem mais do que o ser humano em sua integridade, caímos na amoralidade, na indefinição ética, onde o ser humano, de fim em si mesmo, passa a ser meio (para o "meu lucro", para o "meu prestígio", para o "meu prazer"). Parece que, neste atual estágio da história, Nietzsche (1844-1900) vence com o sentimento de poder do homem que não encontra limites. É a glória do individualismo. O triunfo do darwinismo social pregado pelo neoliberalismo.
A natureza humana é um misto de abertura e de fechamento, de saída e de retorno, da vontade da mudança e da necessidade de fixar-se em algo seguro. Por isso, não é próprio da natureza se perder no todo, nem se fechar em si mesma, mas é no movimento de sair de si e de retorno a si é que acontece o processo de amadurecimento e o caminho em busca do ser mais. Se houvesse um único gênero, certamente seríamos condenados ao individualismo, ao isolamento, a prisão em si mesmo. Contudo, existe o outro, que é necessário e nos abre para a possibilidade da afetividade.
A afetividade não é fruto do domínio do outro, de sua subjugação e submissão. Pelo contrário, é no serviço ao outro que o amor é provado. Os gêneros, unidos pelo amor, não existem para estar em guerra, nem mesmo na atitude de opressão (onde vale é a vontade de um, o prazer de um), mas é na aproximação de duas liberdades e de duas subjetividades que se encontram no respeito e na tarefa de juntos, caminharem em busca da felicidade de ambos.

Eliseu Oliveira, 3º Sem.