25 de setembro de 2006

PARA QUE SERVE A FILOSOFIA?


Se a filosofia não servisse para nada, não haveria filosofia. Então, qual a utilidade e aplicabilidade da filosofia? O filósofo Karl Marx, na Tese XI a Feuerbach, afirma: “Os filósofos nada mais fizeram senão interpretar o mundo de diversas maneiras, porém o que importa é transformá-lo”. O que temos então: a filosofia é “interpretação” (utilidade da filosofia como possibilidade real de questionamento radical, rigorosa e de conjunto, a filosofia como o estudo das “ causas últimas de todas as coisas”, segundo Aristóteles), ou interpelação que exige transformação (ter de modificar o meio social, ou seja, a utilidade prática ou pragmaticidade da filosofia)?Platão dizia que a filosofia começa com a “admiração”. Aristóteles dizia que era com o “espanto”. O filosofo latino americano Enrique Dussel, freqüentemente vem afirmando que a filosofia deva começar com a “indignação ética”, ou seja, partir da realidade, não apenas para contemplá-la, como se o sujeito que a olhasse estivesse fora dela, mas saber-se parte dela, e sendo parte também é responsável por ela, e por ser responsável não tolera a injustiça que nela existe. Um pensar que parte da realidade para a ela retornar em forma de mudança dessa própria realidade, será esse o papel da filosofia? E se a filosofia não partir da realidade, da realidade como um todo e não apenas de parte dela (caso contrário não será de conjunto, sendo apenas radical e rigorosa), de onde partirá a filosofia? A quem interessa e a quem não interessa a filosofia que não parte da realidade para entendê-la e transformá-la?

Eliseu Oliveira 2º semestre de filosofia.

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