31 de março de 2007

O OUTRO CRUCIFICADO

Resumo da dissertação de mestrado em Teologia Sistemática do Pe. Marcos Rogério Denardi, na PUCRS - 2006


A presente dissertação: “O Outro Crucificado” e “o olhar do Outro”: um estudo comparativo entre Jon Sobrino e Emmanuel Lévinas, pretende refletir uma categoria filosófica, que aplicada a teologia compromete na defesa do ser humano: do seu pensar, agir e da sua fé.
Nas categorias de: “Outro”, “Olhar”, “Alteridade” e “Totalização”, tematiza as relações e o comprometimento interpessoal, a partir de Emmanuel Lévinas, filósofo francês e Jon Sobrino, Cristólogo, de El Salvador. Dividido em três seções, o trabalho inicia clareando a categoria de alteridade e suas constelações, segundo o pensador francês lido com a ajuda de Luis Carlos Susin, Ricardo Timm de Souza e outros intérpretes, bem como sua aplicabilidade às relações humanas. A segunda seção procura descrever em linhas gerais a Cristologia de Jon Sobrino, destacando o conceito de lugar como decisivo para seu pensamento, enquanto a terceira, pretende coadunar o pensamento destes dois autores.
Na conclusão destacam-se as aproximações descobertas, com destaque para a relação ao seu ambiente e às pessoas a partir de onde elaboraram suas reflexões, em favor dos “encurvados”, “vitimizados” e “crucificados” do nosso tempo.

DICA DE LIVRO


É um livro que definitivamente marcou época. Assim como muitos livros do escritor Fédor Dostoiévski influenciaram a literatura e a filosofia no Ocidente, o livro “Crime e Castigo” é o mais citado como a obra prima deste escritor, é considerada como divisor de águas da literatura mundial.
O livro tem como enredo a estória do personagem Raskolnikov, estudante de direito na Russia, que comete dois assassinatos, sendo que uma vítima é morta pelo simples fato de ter presenciado a primeira morte; morre inocentemente. São duas mortes que não deixam nenhum vestígio de quem as cometeu.
No desenrolar do texto, Raskolnikov dá pistas psicológicas de que possivelmente teria praticado os crimes, e isso é percebido por um investigador da polícia. Como não há provas concretas, o investigador não pode afirmar que o suspeito Raskolnikov é o causador das mortes. O livro explora bastante os diálogos entre o investigador e o suspeito acerca dos crimes.
Pressionado exteriormente e interiormente, Raskolnikov conta que é o autor dos a uma prostituta. Esta, então, tenta mostrar a via do cristianismo, do arrependimento, do perdão e tenta convencer Raskolnikov a entregar-se para a polícia. O personagem, porém, tem a teoria de que é um homem diferente, superior aos outros homens pois sua causa é superior, e por isso não pode ser submetido às mesmas leis que rege o agir de individuos inferiores, que tem causas inferiores.
O filósofo Kierkeegard se baseia em Raskolnikov para demosntrar que uma passagem do estágio estético para o ético, e do ético para o religioso é um salto de livre vontade, como é o caso de Raskolnikov se entregar ou não à polícia. Já Nietzsche coloca Raskolnikov como protótipo do “super-homem”, que está acima de qualquer valor moral. Além destes, Dostoiévski influencia o escritor Machado de Assis e a escola literária do Realismo, além de muitos outros escritores.
É um livro clássico, digno de ser lido.
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Eliseu Oliveira, 3º semestre